JW subtitle extractor

Bem-vindos, queridos irmãos!
É um prazer estar com vocês.
Neste boletim,
nós vamos compartilhar com vocês
algumas notícias.
Depois, vamos assistir a uma entrevista
bastante encorajadora.
Ela, sem dúvida,
vai deixar sua fé mais forte.
Vamos falar primeiro das notícias.
No final de abril,
o irmão Mark Sanderson
viajou até a Polônia.
Houve uma reunião especial
no Salão de Assembleias de Varsóvia
para encorajar
nossos queridos irmãos e irmãs
que estão lidando com a guerra
em andamento na Ucrânia.
Mais de 250 mil pessoas
da Polônia, da Ucrânia
e da região de Donbas
assistiram à transmissão do programa.
Um superintendente de circuito
da região de Donbas escreveu:
“A reunião foi maravilhosa.
Sem dúvida, foi o alimento
no tempo apropriado.
Ver o quanto Jeová nos ama
nos faz até chorar de alegria.”
Depois da reunião,
o irmão Sanderson
e três membros da Comissão de Filial
viajaram 2.500 quilômetros,
ou 1.550 milhas,
por toda a Polônia.
Eles visitaram refugiados
e também muitos voluntários
esforçados
que estão trabalhando
nos Salões de Assembleia,
Salões do Reino e fronteiras.
Sem dúvida,
essa visita foi uma prova
do amor e do carinho
que Jeová sente por seu povo.
E nós agradecemos de coração
por todas as suas orações
e pelos donativos generosos
que tornam a ajuda humanitária possível.
Em 4 de maio,
nossa irmã Valentina Baranovskaya,
que tem 71 anos,
foi finalmente solta da prisão.
Ela ficou presa por mais de um ano.
Os irmãos a receberam
com muita alegria.
Nós também estamos muito felizes,
irmã Valentina.
Mas nós não esquecemos
de que o seu filho, Roman,
ainda está na prisão
por causa de sua fé.
Estamos orando muito
por vocês dois.
Em 24 de maio,
o irmão Dennis Christensen
foi solto de uma prisão na Rússia.
Ele passou cinco anos
em vários centros de detenção.
Após ser solto,
ele foi imediatamente deportado.
Ele e a Irina, sua esposa,
agora estão seguros na Dinamarca,
como poderemos ver
no próximo vídeo.
Hoje é um dia feliz, muito feliz,
porque agora eu estou livre da prisão.
Estou aqui em casa,
em Copenhague, na Dinamarca.
Agora eu posso ver de novo
meus amigos e minha família.
Eu também estou bem ansioso
para voltar a ter uma vida normal
com a minha esposa,
que eu amo muito,
a Irina.
Eu estou muito feliz.
Eu agradeço muito
por tudo que os irmãos fizeram por mim
nesses últimos cinco anos.
Tudo o que os irmãos escreveram,
todas as cartas,
todas as orações,
todos os desenhos
e os presentinhos
que eu recebi das crianças...
Tudo isso me encorajou muito.
Durante todo esse tempo,
eu nunca senti
que eu estava sozinho,
nem que a mão de Jeová
fosse curta demais
para me ajudar, salvar e apoiar.
Muitos me perguntam:
“Ah, Dennis,
será que esse tempo na prisão
tirou suas forças, acabou com você?”
De jeito nenhum. Nunca, jamais!
Agora eu estou
mais determinado do que nunca
a ser fiel a Jeová.
Estou mais determinado a pregar
e ajudar os irmãos, as irmãs
e outras pessoas
a alcançar o alvo
da vida eterna, no paraíso,
em que todos terão a chance de servir
e louvar a Jeová para sempre.
Então, não. Não acabaram comigo
nem me desanimaram.
Eu estou aqui, estou de volta.
Também estamos muito felizes,
Denis e a Irina.
A fé e a integridade de vocês
fortaleceram a todos nós.
É muito bom ter você de volta.
Essas notícias nos deixam felizes.
Mas não se esqueça
de que, no mundo todo,
mais de 150 irmãos e irmãs
ainda estão presos por causa de sua fé.
Na Rússia,
quatro irmãos foram sentenciados
a oito anos de prisão,
e uma irmã foi sentenciada
a seis anos.
Hebreus 13:3 diz:
De que formas lembramos
de nossos irmãos que foram presos?
Se moramos perto de onde eles estão,
talvez possamos dar
algum tipo de ajuda prática.
Mas todos nós
podemos orar por eles
e pela família deles,
todos os dias.
Também podemos meditar
no ótimo exemplo que eles dão.
Quando vemos
esses irmãos perseverando,
apesar da prisão injusta,
e perseverando com alegria,
ficamos motivados
a imitar a mesma fé que eles têm,
nos sentimos motivados a perseverar
em nossos próprios problemas
e ficamos convencidos
de que podemos suportar
provas futuras com alegria.
Na entrevista que veremos agora,
dois irmãos da Rússia
vão contar como conseguiram manter
a lealdade e a alegria,
ao cumprirem sua sentença
de quatro anos de prisão.
O meu processo criminal começou
em 22 de julho de 2018.
Era um domingo,
no meio de uma reunião.
Quando os policiais terminaram a busca,
eles disseram
que era para eu ir com eles.
Eu abri a porta,
porque os policiais não paravam
de apertar a nossa campainha.
Logo depois, a gente escutou
um barulho de vidro quebrando.
Eles quebraram o vidro da varanda
e também quebraram a porta dela.
Quando minha esposa
foi tentar dizer
que a porta já estava aberta,
que eles não precisavam
quebrar nada,
aí cacos de vidro
cortaram a testa dela
e também uma veia na mão dela.
Depois eles vieram falar comigo
e me mostraram o mandado de busca,
mas eu falei:
“Isso não importa agora,
chamem uma ambulância.”
Eu queria mandar minha esposa
para o hospital,
mas ela queria ficar comigo.
E eles continuaram a busca
por cinco horas.
E eu fui preso.
Dois dias depois, teve uma audiência,
e eles decidiram me mandar
para um Centro de Prisão Provisória.
Acho que a parte mais difícil
da perseguição
foi quando me levaram para uma cela
e tentaram me intimidar.
Quando eu entrei lá, quer dizer,
quando as guardas
e funcionários da prisão
me jogaram dentro da cela,
a primeira coisa que eu ouvi foi:
“De joelhos.”
Daí eu disse que a única pessoa
para quem eu me ajoelhava era Deus.
Eles começaram a gritar
e a zombar de mim.
Mas eu ainda não estava entendendo
o que eles queriam de mim.
Não fazia sentido.
Eu só fui entender, várias horas depois,
quando eles falaram abertamente
que era para eu dar informações
sobre dois irmãos que foram presos
em uma cidade vizinha.
Eles colocaram
várias ferramentas de tortura
na minha frente
e disseram que eu não ia ser capaz
de aguentar aquilo.
E que era melhor
eu fazer o que eles pediram.
Mas eu não dei nenhuma informação.
Não falei nada dos irmãos,
porque eu sabia que isso
ia piorar a situação deles.
Foi bem difícil
quando eles me colocaram
no Centro de Prisão Provisória.
Todo dia, de manhã até a noite,
o rádio ficava ligado,
dava para ouvir bem alto da cela,
e tinha pessoas conversando.
Depois de vários meses na prisão,
eu fui para a solitária.
Eu estava preocupado,
pensando em como eu ia pregar,
se eu ficasse o tempo todo lá.
Naquela noite,
eu orei muito a Jeová.
Alguns dias depois,
colocaram um homem na cela
que ficava do lado da minha.
Ele já estava preso fazia 13 anos.
E, no último ano,
aquele homem tinha começado
a pensar bastante em Deus.
Ele até começou a ler a Bíblia,
e a gente conversava sobre ela,
por horas, todo dia.
Eu cantava
cânticos do Reino para ele
e lia textos que os irmãos
tinham mandado para mim nas cartas.
Quando eles estavam
tentando me intimidar,
lá na cela também tinha um homem
que fez exatamente
o que os policiais pediram para ele,
e esse homem era muito forte.
Parecia uma montanha de músculos.
Daí me veio à mente
que 80% daquele homem forte,
na verdade, era apenas água.
Eu não lembro,
mas acho que, naquele momento,
eu até sorri.
Com certeza, foi Jeová que colocou
esse pensamento na minha mente,
e isso mudou o modo
como eu via as pessoas naquela cela.
Tinha uma cela vizinha à minha,
que era uma solitária,
e geralmente ficava vazia.
Quase todo dia eu orava para Jeová
para que o meu amigo
e irmão Levchuk
fosse transferido para aquela cela.
Quando Levchuk soube que eu
estava orando a Jeová pedindo isso,
ele disse: “Britvin, deixa de ser bobo.
Para eles, eu e você
somos parceiros no crime.
Então, pela lei, eu não posso ficar
na cela vizinha à sua.
Eu disse: “Vamos ver.”
No começo da noite,
alguém veio na minha cela e disse:
“Levchuk, você vai ser transferido.”
Eu fui levado para outro bloco
e me colocaram em uma cela.
Daí eu escutei a voz do Britvin,
na cela do lado, dizendo:
“Levchuk, é você?”;
eu disse: “Sou eu.”
Aí ele falou: “Ah, que maravilha,
eu orei a Jeová por isso.”
Quando eu soube
que ele orou a Jeová
para eu mudar para aquela cela,
eu fiquei com raiva,
porque isso tinha atrapalhado
minhas revisitas.
Eu tinha combinado
de contar uma história da Bíblia
para eles.
Depois eu entendi
por que Jeová permitiu
que eu fosse para perto do Britvin.
Era para a gente apoiar um ao outro.
A gente ficou junto por duas semanas.
A gente lia e considerava
o texto diário
e pontos das cartas.
Teve uma época em que eu fiquei
bem desanimado por vários dias.
Foi quando eu estava na solitária.
Mas daí eu recebi novas cartas.
Eu separava as que eu ia ler primeiro
e que eu ia ler depois.
Tinha uma carta que eu não queria ler
de jeito nenhum.
Daí eu separei ela
para ler em outro momento.
Mas tinha algo dentro de mim que dizia:
“Não deixe para depois.”
Aquela carta
era a resposta de Jeová.
A carta falava, principalmente,
de como Satanás usa
uma das suas principais armas,
o desânimo.
Eu comecei a aplicar
o conselho daquela carta
na mesma hora,
e isso me ajudou
a sair daquele desânimo
e a me livrar daqueles
pensamentos negativos.
Eu sempre tinha boas conversas
com aqueles que ficavam nas celas
do lado da minha.
A nossa voz atravessava as paredes,
mas eu sempre me perguntava:
‘Por que eu estou sempre mudando?’
‘Por que não me deixam
em uma cela e pronto?’
E, naquele momento,
eu recebi uma carta de uma irmã,
que escreveu o seguinte:
“Se você mudar
de uma cela para outra,
veja isso como uma designação
de um novo território,
porque você já completou o anterior.”
Quando eu li aquilo, eu pensei:
‘Essa é a resposta de Jeová.’
As cartas eram de irmãos e irmãs
do mundo todo,
e elas tinham desenhos e fotos.
Por exemplo,
alguém mandou esse desenho.
A minha esposa, Natasha, e eu
sentados nas mãos de Jeová.
Todo o alimento espiritual
que a gente recebia
vinha nas cartas.
Eles até escreveram
os três dias completos do congresso
e mandaram para a gente nas cartas.
Enquanto eu estava lendo as cartas,
era como se eu
nem estivesse lá, preso,
na colônia penal.
Eu me sentia como se eu estivesse
junto com meus amigos,
como se eles fossem
meus convidados.
Era como se metade
daqueles três anos e meio,
que eu fiquei preso,
eu nem estivesse na prisão.
Todo dia, quando eu estava preso,
toda manhã,
eu pedia que Jeová me desse paz,
calma interior.
Em circunstâncias como aquela,
não dá nem para explicar
a paz que você sente.
Ela é totalmente o contrário
das dificuldades
que você está passando,
das pessoas ao seu redor
e até da sua saúde.
Essa paz interior deixa a gente calmo.
Eu também senti o grande amor
de Jeová e dos irmãos
durante as audiências nos tribunais.
Sempre tinham muitos irmãos
e irmãs lá com a gente.
Nas primeiras vezes em que os irmãos
vieram para as audiências,
em que iam anunciar as restrições
que a gente ia receber,
a polícia anotava os nomes dos irmãos
e convocava eles
para serem interrogados.
Aí, quando tinha outra audiência,
a gente via os mesmos irmãos lá,
e isso nos dava muita força.
Dava para ver que eles
não estavam com medo
e que eles queriam mesmo
ajudar a gente.
Foi assim até o fim.
Em uma carta,
eu recebi o esboço da Celebração.
Eu estava ansioso
para fazer esse discurso.
Depois de poucos dias,
enquanto eu fazia exercícios
no pátio da prisão,
eu falei com outro preso
que estava interessado na Bíblia.
Um dia antes da Celebração,
a gente conversou de novo,
e eu disse para ele:
“Você sabia que amanhã
vai ter uma celebração
que vai acontecer no mundo todo?”
Então, eu expliquei para ele
do que se tratava,
como ia ser feita
e que teria um discurso.
Ele me disse:
“Britvin, você tem esse discurso?”;
eu falei: “Tenho, sim.”
Então a gente combinou
que, no dia seguinte,
no dia da Celebração,
eu ia fazer o discurso.
O dia chegou.
Já era umas 10 da noite,
e aquele homem ainda estava ocupado
com alguma coisa.
Eu orei a Jeová: “O que eu faço?”
Então, às 10 e meia, ele grita para mim:
“Britvin, pode começar,
estamos todos aqui para ouvir”.
E foi assim que eu comecei
o meu discurso.
Tinham passado poucos minutos,
e eu escutei passos no corredor.
Um inspetor veio na minha cela
e olhou por uma brecha
que tinha na minha porta.
Eu perguntei: “Aconteceu algo?”;
ele disse: “Não, não,
pode continuar lendo. Leia.”
Eu falei: “Muito obrigado, Jeová.”
E continuei fazendo o meu discurso.
Eu sabia que tinha muitas chances
de separarem a gente
e nos mandarem
para partes diferentes da prisão.
Aí ia ficar bem difícil de a gente
continuar apoiando um ao outro
e fazendo as reuniões.
Isso era muito importante para mim.
O Levchuk explicou para os policiais
que ele precisava ficar
cuidando de mim,
porque eu era deficiente,
e eles deixaram ele ficar comigo.
Ele me ajudou muito,
em sentido espiritual,
emocional e físico.
A gente fazia as reuniões juntos.
Nossas reuniões eram toda semana,
no mesmo horário.
De vez em quando,
outros se juntavam a gente
para ouvir os discursos.
Eu e o Levchuk sempre oramos
na frente de todo mundo.
A gente orava no refeitório,
antes e depois das reuniões.
E a gente também orava
antes de dormir.
Era um bom testemunho
para os outros,
e eles percebiam mesmo isso.
Eles nos respeitavam,
porque viam que a gente tinha
muita fé em Jeová.
Eu sempre soube que eu tinha
que aproveitar bem o tempo aqui,
e eu orava.
Eu sempre fazia
uma oração específica para Jeová.
Eu falava assim:
“Jeová, o Senhor é o oleiro,
e eu sou o barro.
Por favor, me molde.”
Então, eu sempre achei
que as situações que eu passei,
naqueles três anos e meio,
tanto as boas como as ruins,
eram oportunidades
para deixar que Jeová me moldasse.
Ao passar por todas essas provações,
eu vi e senti
que a minha amizade com Jeová
estava ficando mais forte.
Eu passei a confiar mais em Jeová.
Porque, na situação em que eu estava,
eu tinha bastante tempo para orar.
E eu vi muitas vezes
como Jeová responde
a orações específicas,
e isso me aproximou muito de Jeová.
Durante toda aquela fase
de perseguição,
o texto de Jeremias 48:10
me fortaleceu muito:
“Maldito aquele
que cumpre a missão de Jeová
com negligência!”
Quando eu estava passando
por aquela situação bem difícil,
eu percebi que tinha a obrigação
de dar um bom testemunho
sobre Jeová
por meu comportamento e ações.
Outra coisa que me encorajou muito,
durante toda aquela época,
foi o texto de Isaías 57:15.
Lá diz que Jeová reside
com os que estão esmagados
e desanimados.
Nos momentos difíceis,
eu conseguia imaginar Jeová
sentado ao meu lado,
colocando a mão no meu ombro,
me dizendo:
“Vai dar tudo certo, eu estou com você.”
Eu aprendi
que não importa a provação,
até as mais difíceis,
Jeová pode transformar
todas em bênçãos.
Que entrevista emocionante!
Conseguiu notar
o que ajudou esses irmãos
a suportar com alegria
a prisão injusta?
Eles mencionaram como foi importante
manter uma boa rotina
de leitura da Bíblia,
de oração e de reuniões,
mesmo quando estavam na prisão.
Sempre que podiam,
eles davam testemunho.
E eles viram o amor e o carinho
de Jeová por eles
de modo bem pessoal.
Essas mesmas coisas
podem fortalecer nossa fé
e manter nossa alegria.
Falando em alegria,
como está sendo bom poder agora
voltar a assistir às reuniões
presencialmente.
É verdade que isso
exige esforço de nós,
mas ver nossos irmãos e irmãs,
ouvir suas risadas
e estar todos juntos para cantar e orar,
faz todo o nosso esforço
valer a pena.
Isso também é um presente de Jeová,
que nos ajuda a perseverar com alegria.
Então, não importa
qual seja a sua provação,
não deixe que ela tire a sua alegria
no serviço a Jeová.
Como Neemias 8:10 diz:
Queridos irmãos,
muito obrigado
por tudo o que vocês fazem
e por manterem a alegria,
apesar dos muitos desafios
que enfrentam.
Isso nos faz amar vocês ainda mais.
Da sede mundial
das Testemunhas de Jeová,
esse é o JW Broadcasting.

Boletim do Corpo Governante (2022) — n.º 4