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Bem-vindos!
É um prazer estar novamente convosco.
Temos algumas novidades para vos dar. Depois, vamos ver uma entrevista encorajadora.
Estamos muito felizes porque dois irmãos foram recentemente libertados,
depois de cumprirem as suas sentenças numa prisão, na Rússia.
No dia 19 de julho deste ano, o irmão Yuriy Savelyev, de 69 anos, foi libertado.
Ele passou mais de 4 anos e meio na prisão.
Muitos irmãos e irmãs receberam-no calorosamente, quando ele saiu da prisão.
Estamos muito felizes por ele e pela sua família.
E no dia 26 de julho, o irmão Sergey Klimov foi libertado,
depois de ter passado 5 anos na prisão.
Ele também foi recebido calorosamente.
Nós ficamos muito felizes por vocês.
Jesus disse que, em Apocalipse 2:10,
"o Diabo continuará a mandar alguns de vocês para prisão."
Mas Jesus também disse: "Não tenhas medo."
A Sentinela de julho de 2019 disse:
No entanto, o que é que nós aprendemos com estes queridos irmãos na Rússia?
Eles perseveraram e mantiveram-se fiéis a Jeová,
apesar dos desafios da perseguição.
Não há dúvida: Jesus tinha razão quando ele disse
que não temos motivos para termos medo.
Os irmãos e as irmãs ao redor do mundo
estão a gostar muito de assistir ao congresso, com o tema Seja Paciente.
Para os nossos jovens, esta pode ser a primeira vez que estão a assistir
a um congresso presencialmente.
Vamos ouvir alguns deles.
Eu, hoje, estou muito feliz porque, hoje, estou outra vez no congresso
e consigo ver toda a gente outra vez.
Eu gosto de vir ao congresso porque posso estar com os meus irmãos
e as minhas irmãs e conhecê-los.
Eu gosto de tirar fotos com os meus novos amigos.
Eu estou feliz por estar no congresso porque posso abraçar os meus irmãos e irmãs.
E também gosto muito das músicas; elas acalmam-me.
Eu ajudei os irmãos a limpar as cadeiras e foi muito divertido.
A minha família e os meus amigos estão todos aqui porque amam a Jeová,
assim como eu.
Eu gosto de estar aqui porque vejo vídeos e posso ver todos os irmãos.
Estarmos aqui juntos é muito melhor.
Eu consegui aprender muito mais coisas do que quando estava em casa.
Eu gosto mais de vir ao congresso do que assistir em casa, na televisão.
Que comentários bonitos!
Estamos muito orgulhosos de vocês, pais.
Os esforços que vocês fazem para levar os vossos filhos ao congresso
faz-nos lembrar daquilo que José e Maria fizeram.
Ano após ano, eles levavam Jesus e os seus irmãos
à festividade da Páscoa, em Jerusalém,
e isso valia a pena.
Da mesma forma, pais, ao levarem os vossos filhos ao congresso,
vocês estão a dar-lhes um presente valioso.
E como é que Jeová se sente ao ver isso?
Sem dúvida de que ele fica muito feliz.
No dia 1 de setembro, começa o novo ano de serviço e também a campanha mundial.
Vamos oferecer a revista A Sentinela número 2 de 2020, com o tema
O que é o Reino de Deus?
Os irmãos que quiserem servir como pioneiros auxiliares
podem escolher fazer 15 ou 30 horas.
Nós precisamos do Reino agora mais do que nunca,
e ficamos muito felizes de falar com outros sobre esta mensagem importante.
Em breve, as congregações vão ser informadas
das datas dos congressos regionais de 2024.
Temos o prazer de informar que o tema do congresso regional de 2024 é
Pregue as Boas Novas.
É baseado em 1 Coríntios 9:16, que diz:
Nós, hoje, estamos inundados com más notícias,
mas temos a certeza de que, começando com o primeiro discurso,
vocês vão gostar dos três dias deste congresso emocionante.
E lembram-se do que aconteceu no dia 4 de dezembro de 2020?
Na altura, ficámos muito felizes por saber que 28 irmãos e irmãs
foram libertados da prisão na Eritreia.
Estes irmãos tinham passado entre 5 e 26 anos na prisão.
Porque é que foram presos?
Por causa da sua neutralidade.
O irmão Negede Teklemariam foi um dos que foram perseguidos
por causa da sua fé e neutralidade cristã.
Em 1994, soldados invadiram a casa do irmão Negede e raptaram-no,
quando ele tinha apenas 21 anos de idade.
Ele e os irmãos Paulos Eyassu e Isaac Mogos
passaram um total de 26 anos em duas prisões.
Eles foram libertados da prisão em 2020.
Desde então, o irmão Isaac foi batizado
e eles os três continuam a servir a Jeová lealmente.
À medida que assistem a esta entrevista encorajadora,
notem o que ajudou o irmão Negede a manter a sua integridade.
A 17 de setembro de 1994, por volta da uma da manhã,
três soldados bateram no nosso portão.
Eles não me deixaram falar, nem sequer trocar de roupa.
A minha mãe disse-me: "Sê corajoso! Jeová está contigo.
Enquanto te mantiveres leal, Jeová vai proteger-te."
A minha mãe continuou a repetir essas palavras enquanto me levavam.
Sawa é uma academia militar – a academia é muito grande
e lá dentro há uma pequena prisão.
Nós chamamos àquilo prisão porque não temos outra palavra.
Não há palavras para descrever aquele lugar.
Nenhum ser humano merece estar naquelas condições.
O quarto, que era feito de chapas metálicas, ficava muito quente durante o dia.
Não havia ventilação, não tínhamos cama; dormíamos no chão.
A comida que nos davam era escassa – pão, lentilhas secas e, às vezes, sopa.
Na prisão, éramos amarrados com cordas e maltratados pelos guardas.
Eles espancavam-nos e forçavam-nos a trabalhar.
Eles obrigavam-nos a trabalhar para desanimarmos, cedermos
e violarmos a nossa neutralidade.
O que foi mais difícil para mim nestes 23 anos em Sawa
foi que, quando precisava de satisfazer as minhas necessidades fisiológicas,
não o podia fazer.
Nós precisávamos de ter permissão e havia sempre um guarda a vigiar-nos.
Nós não tínhamos uma casa de banho.
Ninguém merece viver assim.
Não havia a esperança de um dia sermos libertados,
nem sequer de irmos a julgamento em tribunal.
Eles estavam à espera que ficássemos malucos
ou que morrêssemos por falta de cuidados médicos.
Algo que me ajudou a perseverar foi meditar no versículo
que era o texto do dia quando eu fui preso.
O texto é João 16:33, que diz em parte:
Este versículo serviu como fonte de encorajamento
não apenas para nós, prisioneiros,
mas também para os irmãos que ainda não tinham sido presos.
Um dia, os soldados levaram-me para o deserto, disseram-me para cavar um buraco
e deram-me duas opções.
Disseram-me: "Nós já tentámos de tudo, mas tu não mudas.
Por isso, foste condenado à morte.
Ou vestes um uniforme militar e te juntas a nós
ou, então, se continuas a dizer que pertences ao Reino de Deus
ou ao governo celestial, vamos meter-te neste buraco."
E foi o que fizeram – só a minha cabeça é que ficou de fora.
Não só estava a sentir o calor do sol na cara, mas também estava enterrado em areia
que tinha sido aquecida pelo sol.
Eu transpirava e comecei, aos poucos, a perder os sentidos.
Passou um carro militar.
Eles viram alguém enterrado na areia, apenas com a cabeça de fora.
Naquele carro, havia um oficial que não era da academia.
Era um oficial de alta patente.
Eu não o conhecia e ele também não me conhecia.
Ele perguntou aos homens: "Como é que isto aconteceu?
Como é que é possível que um ser humano seja tratado de uma maneira tão cruel?
Quem é que deu a ordem para o enterrar vivo?"
Uma coisa que eu e todos aqueles que estavam comigo aprenderam
é que quando uma pessoa vai para a prisão, pode sentir que está sozinha,
mas enquanto permanecermos fiéis a Jeová, podemos confiar que ele nos vai salvar.
Eu vi Romanos, capítulo 8, versículos 35 a 39 a cumprir-se no nosso caso.
Jeová ajudou-nos. Nada será capaz de nos separar do seu amor.
Havia um senhor e uma senhora que trabalhavam na prisão.
Ele era um guarda, e ela uma secretária.
Eles costumavam conversar entre si e diziam:
"Parece que o governo vai matá-los.
Porque é que não registamos o que vemos e partilhamos com o público
o que está a acontecer?
Pelo menos podemos mostrar às famílias deles que eles estiveram aqui."
Por isso, eles tiraram-nos uma fotografia e partilharam-na com as nossas famílias
e com o resto do mundo.
Na foto, conseguem ver que as mãos do Paulos estão cheias de lama.
Na altura, estávamos a trabalhar no exterior,
a mover pedras de um lado para o outro.
Nós não queríamos que os nossos familiares ou os nossos pais
nos vissem desanimados e abatidos.
Nós queríamos que eles soubessem que
estávamos felizes por ser perseguidos por causa da verdade.
Por isso, fizemos um esforço para sorrir.
Foi a oração que nos ajudou a perseverar enquanto estivemos na prisão.
Isso foi especialmente importante nos primeiros anos.
Não tínhamos acesso a alimento espiritual.
Não tínhamos Bíblia, não tínhamos publicações.
A única coisa que tínhamos era a oração.
Durante muito tempo, eu orei a Jeová a pedir para que ele nos libertasse da prisão.
Mas, à medida que os anos iam passando,
eu comecei a pedir a Jeová que me ajudasse a perseverar;
que me ajudasse a aguentar todas as dificuldades na prisão.
Eu nunca esperei ser libertado naquele dia ou naquele ano.
Eu consegui ver que Jeová pode ajudar o seu povo a sair de situações difíceis.
Quando ele decide agir, é sempre na altura certa.
Eu aprendi muitas lições nos 26 anos que passei na prisão.
Eu aprendi que Jeová escuta as nossas preocupações
e aprendi que ser perseguido por causa do seu nome
é um privilégio que supera qualquer dificuldade.
Não sabemos o que pode acontecer amanhã ou o que pode mudar.
Por isso, não precisamos de ter medo de sermos presos ou de sermos perseguidos.
Podemos preparar-nos para a perseguição.
Jeová vai ajudar-nos, não importa o desafio. Só temos é de pedir a ajuda dele.
Não importa as circunstâncias que possamos enfrentar, sejam ou não inesperadas,
a lição que aprendi foi: Jeová vai ajudar-nos a perseverar.
Muitas pessoas de todo o lado continuaram a apoiar-nos através de cartas
e de outras coisas.
Nós sabemos que os irmãos e as irmãs em todo o mundo oraram muito por nós –
até os jovens que não conseguem dizer o nosso nome – e isso fortaleceu-nos.
Por isso, continuem a orar por todos aqueles que ainda estão na prisão.
Obrigado por partilhar a sua experiência connosco, irmão Negede.
É muito encorajador saber como Jeová o ajudou,
apesar de ter sofrido um tratamento tão cruel e injusto.
O irmão é um exemplo de integridade e nós amamo-lo muito.
Irmão Negede, por favor, tenha a certeza de uma coisa:
eu e muitos irmãos ao redor do mundo orámos para que Jeová vos ajudasse
durante os 26 anos que passaram na prisão.
E continuamos a orar pelos 32 irmãos e irmãs
que ainda estão presos pela sua fé na Eritreia.
Quais são algumas lições que podemos aprender da entrevista com o irmão Negede?
Vamos ver três.
Primeira, leia o texto diário todos os dias.
Segunda, mostre que confia em Jeová nas suas orações.
E, terceira, pode ser feliz, apesar de ser perseguido.
Temos o prazer de informar que a entrevista completa do irmão Negede
vai ficar disponível, em breve, no nosso site jw.org.
Vermos a perseverança do irmão Negede
faz-nos lembrar de todos aqueles que atualmente enfrentam perseguição
ou que estão presos por causa da sua fé.
Nós oramos por vocês, que estão a sofrer perseguição na Eritreia, na Rússia
e em todas as outras partes do mundo.
Tenham a certeza de que vos amamos muito.
A partir da sede mundial das Testemunhas de Jeová, este foi o JW Broadcasting.

Atualização do Corpo Governante N.º 6 de 2023
- 

Atualização do Corpo Governante N.º 6 de 2023

Bem-vindos!
É um prazer estar novamente convosco.
Temos algumas novidades para vos dar. Depois, vamos ver uma entrevista encorajadora.
Estamos muito felizes porque dois irmãos foram recentemente libertados,
depois de cumprirem as suas sentenças numa prisão, na Rússia.
No dia 19 de julho deste ano, o irmão Yuriy Savelyev, de 69 anos, foi libertado.
Ele passou mais de 4 anos e meio na prisão.
Muitos irmãos e irmãs receberam-no calorosamente, quando ele saiu da prisão.
Estamos muito felizes por ele e pela sua família.
E no dia 26 de julho, o irmão Sergey Klimov foi libertado,
depois de ter passado 5 anos na prisão.
Ele também foi recebido calorosamente.
Nós ficamos muito felizes por vocês.
Jesus disse que, em Apocalipse 2:10,
"o Diabo continuará a mandar alguns de vocês para prisão."
Mas Jesus também disse: "Não tenhas medo."
A Sentinela de julho de 2019 disse:
No entanto, o que é que nós aprendemos com estes queridos irmãos na Rússia?
Eles perseveraram e mantiveram-se fiéis a Jeová,
apesar dos desafios da perseguição.
Não há dúvida: Jesus tinha razão quando ele disse
que não temos motivos para termos medo.
Os irmãos e as irmãs ao redor do mundo
estão a gostar muito de assistir ao congresso, com o tema Seja Paciente.
Para os nossos jovens, esta pode ser a primeira vez que estão a assistir
a um congresso presencialmente.
Vamos ouvir alguns deles.
Eu, hoje, estou muito feliz porque, hoje, estou outra vez no congresso
e consigo ver toda a gente outra vez.
Eu gosto de vir ao congresso porque posso estar com os meus irmãos
e as minhas irmãs e conhecê-los.
Eu gosto de tirar fotos com os meus novos amigos.
Eu estou feliz por estar no congresso porque posso abraçar os meus irmãos e irmãs.
E também gosto muito das músicas; elas acalmam-me.
Eu ajudei os irmãos a limpar as cadeiras e foi muito divertido.
A minha família e os meus amigos estão todos aqui porque amam a Jeová,
assim como eu.
Eu gosto de estar aqui porque vejo vídeos e posso ver todos os irmãos.
Estarmos aqui juntos é muito melhor.
Eu consegui aprender muito mais coisas do que quando estava em casa.
Eu gosto mais de vir ao congresso do que assistir em casa, na televisão.
Que comentários bonitos!
Estamos muito orgulhosos de vocês, pais.
Os esforços que vocês fazem para levar os vossos filhos ao congresso
faz-nos lembrar daquilo que José e Maria fizeram.
Ano após ano, eles levavam Jesus e os seus irmãos
à festividade da Páscoa, em Jerusalém,
e isso valia a pena.
Da mesma forma, pais, ao levarem os vossos filhos ao congresso,
vocês estão a dar-lhes um presente valioso.
E como é que Jeová se sente ao ver isso?
Sem dúvida de que ele fica muito feliz.
No dia 1 de setembro, começa o novo ano de serviço e também a campanha mundial.
Vamos oferecer a revista A Sentinela número 2 de 2020, com o tema
O que é o Reino de Deus?
Os irmãos que quiserem servir como pioneiros auxiliares
podem escolher fazer 15 ou 30 horas.
Nós precisamos do Reino agora mais do que nunca,
e ficamos muito felizes de falar com outros sobre esta mensagem importante.
Em breve, as congregações vão ser informadas
das datas dos congressos regionais de 2024.
Temos o prazer de informar que o tema do congresso regional de 2024 é
Pregue as Boas Novas.
É baseado em 1 Coríntios 9:16, que diz:
Nós, hoje, estamos inundados com más notícias,
mas temos a certeza de que, começando com o primeiro discurso,
vocês vão gostar dos três dias deste congresso emocionante.
E lembram-se do que aconteceu no dia 4 de dezembro de 2020?
Na altura, ficámos muito felizes por saber que 28 irmãos e irmãs
foram libertados da prisão na Eritreia.
Estes irmãos tinham passado entre 5 e 26 anos na prisão.
Porque é que foram presos?
Por causa da sua neutralidade.
O irmão Negede Teklemariam foi um dos que foram perseguidos
por causa da sua fé e neutralidade cristã.
Em 1994, soldados invadiram a casa do irmão Negede e raptaram-no,
quando ele tinha apenas 21 anos de idade.
Ele e os irmãos Paulos Eyassu e Isaac Mogos
passaram um total de 26 anos em duas prisões.
Eles foram libertados da prisão em 2020.
Desde então, o irmão Isaac foi batizado
e eles os três continuam a servir a Jeová lealmente.
À medida que assistem a esta entrevista encorajadora,
notem o que ajudou o irmão Negede a manter a sua integridade.
A 17 de setembro de 1994, por volta da uma da manhã,
três soldados bateram no nosso portão.
Eles não me deixaram falar, nem sequer trocar de roupa.
A minha mãe disse-me: "Sê corajoso! Jeová está contigo.
Enquanto te mantiveres leal, Jeová vai proteger-te."
A minha mãe continuou a repetir essas palavras enquanto me levavam.
Sawa é uma academia militar – a academia é muito grande
e lá dentro há uma pequena prisão.
Nós chamamos àquilo prisão porque não temos outra palavra.
Não há palavras para descrever aquele lugar.
Nenhum ser humano merece estar naquelas condições.
O quarto, que era feito de chapas metálicas, ficava muito quente durante o dia.
Não havia ventilação, não tínhamos cama; dormíamos no chão.
A comida que nos davam era escassa – pão, lentilhas secas e, às vezes, sopa.
Na prisão, éramos amarrados com cordas e maltratados pelos guardas.
Eles espancavam-nos e forçavam-nos a trabalhar.
Eles obrigavam-nos a trabalhar para desanimarmos, cedermos
e violarmos a nossa neutralidade.
O que foi mais difícil para mim nestes 23 anos em Sawa
foi que, quando precisava de satisfazer as minhas necessidades fisiológicas,
não o podia fazer.
Nós precisávamos de ter permissão e havia sempre um guarda a vigiar-nos.
Nós não tínhamos uma casa de banho.
Ninguém merece viver assim.
Não havia a esperança de um dia sermos libertados,
nem sequer de irmos a julgamento em tribunal.
Eles estavam à espera que ficássemos malucos
ou que morrêssemos por falta de cuidados médicos.
Algo que me ajudou a perseverar foi meditar no versículo
que era o texto do dia quando eu fui preso.
O texto é João 16:33, que diz em parte:
Este versículo serviu como fonte de encorajamento
não apenas para nós, prisioneiros,
mas também para os irmãos que ainda não tinham sido presos.
Um dia, os soldados levaram-me para o deserto, disseram-me para cavar um buraco
e deram-me duas opções.
Disseram-me: "Nós já tentámos de tudo, mas tu não mudas.
Por isso, foste condenado à morte.
Ou vestes um uniforme militar e te juntas a nós
ou, então, se continuas a dizer que pertences ao Reino de Deus
ou ao governo celestial, vamos meter-te neste buraco."
E foi o que fizeram – só a minha cabeça é que ficou de fora.
Não só estava a sentir o calor do sol na cara, mas também estava enterrado em areia
que tinha sido aquecida pelo sol.
Eu transpirava e comecei, aos poucos, a perder os sentidos.
Passou um carro militar.
Eles viram alguém enterrado na areia, apenas com a cabeça de fora.
Naquele carro, havia um oficial que não era da academia.
Era um oficial de alta patente.
Eu não o conhecia e ele também não me conhecia.
Ele perguntou aos homens: "Como é que isto aconteceu?
Como é que é possível que um ser humano seja tratado de uma maneira tão cruel?
Quem é que deu a ordem para o enterrar vivo?"
Uma coisa que eu e todos aqueles que estavam comigo aprenderam
é que quando uma pessoa vai para a prisão, pode sentir que está sozinha,
mas enquanto permanecermos fiéis a Jeová, podemos confiar que ele nos vai salvar.
Eu vi Romanos, capítulo 8, versículos 35 a 39 a cumprir-se no nosso caso.
Jeová ajudou-nos. Nada será capaz de nos separar do seu amor.
Havia um senhor e uma senhora que trabalhavam na prisão.
Ele era um guarda, e ela uma secretária.
Eles costumavam conversar entre si e diziam:
"Parece que o governo vai matá-los.
Porque é que não registamos o que vemos e partilhamos com o público
o que está a acontecer?
Pelo menos podemos mostrar às famílias deles que eles estiveram aqui."
Por isso, eles tiraram-nos uma fotografia e partilharam-na com as nossas famílias
e com o resto do mundo.
Na foto, conseguem ver que as mãos do Paulos estão cheias de lama.
Na altura, estávamos a trabalhar no exterior,
a mover pedras de um lado para o outro.
Nós não queríamos que os nossos familiares ou os nossos pais
nos vissem desanimados e abatidos.
Nós queríamos que eles soubessem que
estávamos felizes por ser perseguidos por causa da verdade.
Por isso, fizemos um esforço para sorrir.
Foi a oração que nos ajudou a perseverar enquanto estivemos na prisão.
Isso foi especialmente importante nos primeiros anos.
Não tínhamos acesso a alimento espiritual.
Não tínhamos Bíblia, não tínhamos publicações.
A única coisa que tínhamos era a oração.
Durante muito tempo, eu orei a Jeová a pedir para que ele nos libertasse da prisão.
Mas, à medida que os anos iam passando,
eu comecei a pedir a Jeová que me ajudasse a perseverar;
que me ajudasse a aguentar todas as dificuldades na prisão.
Eu nunca esperei ser libertado naquele dia ou naquele ano.
Eu consegui ver que Jeová pode ajudar o seu povo a sair de situações difíceis.
Quando ele decide agir, é sempre na altura certa.
Eu aprendi muitas lições nos 26 anos que passei na prisão.
Eu aprendi que Jeová escuta as nossas preocupações
e aprendi que ser perseguido por causa do seu nome
é um privilégio que supera qualquer dificuldade.
Não sabemos o que pode acontecer amanhã ou o que pode mudar.
Por isso, não precisamos de ter medo de sermos presos ou de sermos perseguidos.
Podemos preparar-nos para a perseguição.
Jeová vai ajudar-nos, não importa o desafio. Só temos é de pedir a ajuda dele.
Não importa as circunstâncias que possamos enfrentar, sejam ou não inesperadas,
a lição que aprendi foi: Jeová vai ajudar-nos a perseverar.
Muitas pessoas de todo o lado continuaram a apoiar-nos através de cartas
e de outras coisas.
Nós sabemos que os irmãos e as irmãs em todo o mundo oraram muito por nós –
até os jovens que não conseguem dizer o nosso nome – e isso fortaleceu-nos.
Por isso, continuem a orar por todos aqueles que ainda estão na prisão.
Obrigado por partilhar a sua experiência connosco, irmão Negede.
É muito encorajador saber como Jeová o ajudou,
apesar de ter sofrido um tratamento tão cruel e injusto.
O irmão é um exemplo de integridade e nós amamo-lo muito.
Irmão Negede, por favor, tenha a certeza de uma coisa:
eu e muitos irmãos ao redor do mundo orámos para que Jeová vos ajudasse
durante os 26 anos que passaram na prisão.
E continuamos a orar pelos 32 irmãos e irmãs
que ainda estão presos pela sua fé na Eritreia.
Quais são algumas lições que podemos aprender da entrevista com o irmão Negede?
Vamos ver três.
Primeira, leia o texto diário todos os dias.
Segunda, mostre que confia em Jeová nas suas orações.
E, terceira, pode ser feliz, apesar de ser perseguido.
Temos o prazer de informar que a entrevista completa do irmão Negede
vai ficar disponível, em breve, no nosso site jw.org.
Vermos a perseverança do irmão Negede
faz-nos lembrar de todos aqueles que atualmente enfrentam perseguição
ou que estão presos por causa da sua fé.
Nós oramos por vocês, que estão a sofrer perseguição na Eritreia, na Rússia
e em todas as outras partes do mundo.
Tenham a certeza de que vos amamos muito.
A partir da sede mundial das Testemunhas de Jeová, este foi o JW Broadcasting.


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