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Você já foi vítima de maus-tratos
ou de injustiça?
Você já ficou com raiva de algo
que alguém disse ou fez?
Todos nós, não é?
Em situações como essas,
pessoas que não conhecem a Jeová
geralmente reagem de um modo
que é tudo, menos pacífico.
Elas se vingam,
elas lutam,
pagam na mesma moeda.
Mas uma coisa nós sabemos:
Jeová vê tudo o que acontece
e ele pode resolver as coisas.
Por isso é sempre bom lembrarmos
das palavras de Jesus:
“Felizes os de temperamento brando...
Felizes os pacificadores.”
A Bíblia fala de um homem
que conseguiu continuar
brando e pacífico,
mesmo em situações
extremamente difíceis e estressantes.
Vez após vez,
ele escolheu não brigar
porque a preferência dele
era manter a paz.
Esse homem era Jacó.
Com certeza,
Jacó deve ter aprendido
a ser pacífico
com seu pai, Isaque.
Houve uma fome na região,
e Isaque se mudou com sua família
para Gerar,
que era governada por Abimeleque,
rei dos filisteus.
Vamos ler sobre os problemas
que surgiram
e ver como Isaque lidou com eles.
Vamos ler juntos Gênesis 26:12.
“E Isaque começou a semear
naquela terra,
e naquele ano ele colheu cem vezes
o que tinha semeado,
pois Jeová o abençoava.
O homem ficou rico,
e ele continuou a prosperar
até que se tornou muito rico.
Ele adquiriu rebanhos
de ovelhas e de bois
e um grande grupo de servos,
e os filisteus começaram a invejá-lo.
Assim, os filisteus taparam com terra
todos os poços
que os servos de Abraão, seu pai,
tinham cavado nos dias dele.
Abimeleque disse então a Isaque:
‘Mude-se da nossa vizinhança,
pois você ficou
muito mais forte do que nós.’
Portanto, Isaque se mudou dali
e acampou no vale de Gerar,
e passou a morar ali.
Isaque cavou novamente os poços
que tinham sido cavados
nos dias de Abraão, seu pai,
mas que os filisteus haviam tapado
depois da morte de Abraão,
e lhes deu os nomes
que seu pai tinha lhes dado.
Quando os servos de Isaque
estavam cavando no vale,
acharam um poço
em que havia uma nascente de água.
E os pastores de Gerar
começaram a discutir
com os pastores de Isaque, dizendo:
‘A água é nossa!’
Assim, Isaque deu ao poço
o nome de Eseque,
porque haviam discutido com Isaque.
E cavaram outro poço,
e começaram a discutir também
por causa dele.
Então lhe deu o nome de Sitna.
Mais tarde ele se mudou dali
e cavou outro poço,
mas eles não discutiram
por causa dele.
Por isso lhe deu o nome de Reobote,
e disse:
‘É porque agora
Jeová nos deu amplo espaço
e nos fez numerosos nesta terra.’
Dali subiu então para Berseba.
Naquela noite
Jeová lhe apareceu e disse:
‘Eu sou o Deus de Abraão, seu pai.
Não tenha medo,
pois estou com você,
e vou abençoá-lo e multiplicar
a sua descendência
por causa de Abraão, meu servo.’”
Motivados pela inveja,
os filisteus taparam todos os poços
que Abraão tinha cavado,
e o rei pede para que Isaque
se mude para longe dali.
Agora, Isaque precisa
tomar uma decisão.
Talvez alguns até o incentivem a ficar.
Pense no que eles devem ter dito.
“Você não fez nada de errado, Isaque.
Jeová já disse que vai dar para você
e toda a sua descendência essa terra.
Não precisa ter medo.
Você tem muitos servos,
e eles são mais fortes
do que os filisteus.
Por que você não se vinga
e vai atrás daqueles
que taparam os seus poços?”
Nessa situação,
o que você teria feito?
Isaque escolhe agir
de um modo pacífico.
Ele decide se mudar dali.
Isso não é nada fácil.
Isaque tem muitos servos
e uma quantidade enorme
de ovelhas e de bois.
Ele cultivou aquelas terras,
cuidou de suas plantações,
e elas produziram bastante fruto,
mas ele deixa tudo para trás
e se muda dali.
Só que os problemas de Isaque
ainda não acabaram.
Em seu novo local,
seus servos cavam poços
e conseguem encontrar água.
Mas os pastores
daquela região dizem:
“A água é nossa.”
Então, Isaque cava outro poço,
mas os pastores daquela região
também discutem por causa dele.
De novo, em vez de brigar
por causa do assunto,
Isaque se muda dali
e, finalmente, ele encontra um lugar
onde ele pode morar em paz.
Jacó viu que a atitude
calma e pacífica de seu pai
teve bons resultados.
E ele sabia
que Jeová tinha abençoado Isaque
por causa disso.
Qual é a lição?
Pais, nunca se esqueçam
de que o bom exemplo que vocês dão
pode ter um efeito poderoso
na vida de seus filhos.
Jacó tem um irmão gêmeo, Esaú.
Dos dois, Esaú é o que nasce primeiro,
mas Jeová prediz que,
contrário ao costume,
Esaú, que é o mais velho,
vai servir ao seu irmão mais novo.
Jeová prevê que tipo de personalidade
cada um dos gêmeos vai ter,
e ele sabe que Esaú
vai dar pouco valor
para coisas espirituais.
Isso fica evidente quando Esaú
troca seu direito de primogênito
por nada mais
que uma tigela de ensopado.
E ele sela o assunto
com um juramento.
Mas ele abre mão de algo mais.
Quando vende seu direito
de primogênito,
ele também abre mão
do direito de receber
uma bênção profética de seu pai.
Os anos se passam.
Isaque fica idoso.
E ele decide que já é hora
de abençoar seu filho primogênito.
Ele talvez não saiba que Esaú
vendeu o direito de primogênito.
De qualquer forma,
ele diz a Esaú que vai abençoá-lo.
Mas, primeiro, Isaque pede
que Esaú cace um animal
e prepare um prato saboroso para ele.
Rebeca, a mãe dos gêmeos,
ouve essa conversa.
Então, enquanto Esaú
está fora, caçando,
ela convence Jacó
a se passar por seu irmão.
O plano dá certo.
Sem saber, Isaque abençoa Jacó.
E, quando Esaú fica sabendo disso,
ele fica furioso.
Vamos ouvir a continuação
dessa história,
a partir de Gênesis 27:41.
“No entanto, Esaú guardou
rancor de Jacó,
por causa da bênção
que seu pai lhe tinha dado,
e Esaú dizia no coração:
‘Os dias de luto por meu pai
estão chegando.
Depois disso
vou matar Jacó, meu irmão.’
Quando Rebeca foi informada
das palavras de Esaú,
seu filho mais velho,
ela imediatamente
mandou chamar Jacó,
seu filho mais novo,
e disse-lhe:
‘Olhe, seu irmão Esaú
está planejando matar você
para se vingar.
Então, meu filho, faça o que eu digo:
fuja depressa para a casa de Labão,
meu irmão, em Harã.
More com ele por um tempo,
até que o furor de seu irmão
se acalme,
até que diminua a raiva
que seu irmão tem de você
e ele esqueça o que você lhe fez.
Então eu mandarei um aviso
para que volte.
Por que eu deveria perder
vocês dois num só dia?’
Depois, Rebeca disse a Isaque:
‘Odeio a minha vida
por causa das filhas de Hete.
Se Jacó tomar uma esposa
dentre as filhas de Hete,
como essas filhas desta terra,
de que me adianta viver?’
Então, Isaque chamou Jacó
e o abençoou, e lhe ordenou:
‘Não tome uma esposa
dentre as filhas de Canaã.
Vá para Padã-Arã,
à casa de Betuel, pai de sua mãe,
e tome ali como esposa
uma das filhas de Labão,
irmão de sua mãe.
O Deus Todo-Poderoso
o abençoará,
lhe dará filhos e o multiplicará,
e você certamente se tornará
uma congregação de povos.
E ele dará a você
a bênção de Abraão,
a você e à sua descendência,
para que você tome posse da terra
em que tem vivido como estrangeiro,
a terra que Deus deu a Abraão.’
Assim, Isaque deixou Jacó ir,
e este partiu para Padã-Arã,
a fim de ir a Labão,
filho de Betuel, o arameu,
e irmão de Rebeca,
mãe de Jacó e de Esaú.”
Os pais de Jacó dizem para ele
viajar até o seu tio Labão
e encontrar uma esposa.
Mas é claro
que o principal motivo disso
é o problema entre ele e Esaú.
Lembre-se que, anos antes,
Isaque teve um problema
com os filisteus,
um problema que, pelo jeito,
não pôde ser resolvido
de forma pacífica.
Então, o que Isaque decidiu fazer?
Ele se mudou de lá.
Agora, Jacó enfrenta
uma situação parecida.
Seu irmão está ardendo de raiva.
Então, Jacó vai embora.
Isso significa
deixar seu lar, sua família.
Significa fazer uma longa viagem
para uma terra distante.
Jacó poderia ter se recusado
a ir embora;
afinal, é ele que tem agora
os direitos de primogênito.
Ele poderia ter discutido com seus pais.
“Eu não sou criança. Já tenho 77 anos.”
Mas Jacó não faz nada disso.
A Bíblia simplesmente diz:
“Jacó obedeceu ao seu pai
e à sua mãe e partiu.”
O que aprendemos?
Quando passamos por uma situação
que não pode ser resolvida
de modo pacífico,
nós provavelmente
não vamos ter que fugir
para um lugar distante.
Mas, às vezes,
talvez a atitude mais sábia
seja se retirar de uma situação.
Provérbios 17:14 diz:
“Começar uma briga
é como abrir uma comporta.”
E continua:
“Retire-se
antes de estourar a discussão.”
Enquanto Jacó viaja
até a casa de seu tio,
Jeová aparece a ele em um sonho
e garante que vai dar a ele
apoio e proteção.
Mas isso não quer dizer
que os problemas de Jacó
já acabaram.
No final da viagem,
ele se muda para a casa de seu tio.
Mas, com o tempo,
surge uma nova situação
que mostra que Jacó é realmente
um homem que ama a paz.
Vamos ler esse relato
a partir de Gênesis 29:16.
“Ora, Labão tinha duas filhas.
O nome da mais velha era Leia,
e o nome da mais nova Raquel.
Mas os olhos de Leia
não tinham brilho,
ao passo que Raquel
tinha se tornado uma mulher
muito bonita e atraente.
Jacó havia se apaixonado
por Raquel,
de modo que ele disse:
‘Estou disposto
a servi-lo sete anos por Raquel,
sua filha mais nova.’
Então Labão disse:
‘É melhor para mim dá-la a você
do que dá-la a outro homem.
Fique morando comigo.’
E Jacó serviu sete anos por Raquel,
mas aos seus olhos
pareceram apenas alguns dias,
por causa do seu amor por ela.
Jacó disse então a Labão:
‘Entregue-me a minha esposa
porque terminaram os meus dias,
para que eu tenha relações com ela.’
Em vista disso,
Labão reuniu todos os homens do lugar
e deu um banquete.
Mas, à noite,
ele pegou Leia, sua filha,
e a levou a Jacó,
para que tivesse relações com ela.
Também, Labão
deu sua serva Zilpa
como serva à sua filha Leia.
De manhã, Jacó viu que era Leia!
Assim, ele disse a Labão:
‘O que o senhor me fez?
Não foi por Raquel
que eu o servi?
Por que me trapaceou?’
Labão respondeu:
‘Aqui não é costume dar a mais nova
antes da primogênita.
Celebre a semana desta mulher.
Depois você também receberá
a outra mulher,
e em troca me servirá
por mais sete anos.’
Jacó fez assim
e celebrou a semana
daquela mulher,
e depois disso Labão lhe deu
sua filha Raquel como esposa.
Além disso, ele deu sua serva Bila
como serva à sua filha Raquel.”
Jacó tem todos os motivos
para se sentir frustrado.
Ele tinha combinado com Labão
de trabalhar sete anos por Raquel.
Mas, no fim desses sete anos,
depois do banquete do casamento,
a mulher trazida a Jacó,
e escondida por trás do véu,
não é Raquel; é Leia.
Imagine como isso deve ter sido
um choque para Jacó!
Mas Labão,
em vez de admitir
que tinha enganado Jacó,
dá uma desculpa.
O que Jacó
deveria estar pensando?
Jeová tinha prometido para ele
que a sua descendência
se tornaria tão grande
quanto as partículas de pó da Terra.
Será que Jacó pensou
que Jeová estava
manobrando as coisas
para isso se cumprir?
Não sabemos.
Como o tempo,
Leia dá à luz seis filhos dele,
incluindo Levi e Judá,
homens que depois
se tornaram cabeças
das duas tribos
mais privilegiadas de Israel.
Mas é claro que Jacó
não sabia que isso ia acontecer.
Mesmo assim, Jacó,
que ama a paz, aceita Leia
e concorda com aquele pedido
totalmente absurdo de Labão.
Então, Jacó trabalha
mais sete anos por Raquel.
Qual é a lição?
É muito frustrante quando outros
não cumprem a sua parte no acordo.
Mas, como Jacó,
será que podemos
tentar perdoá-los de verdade
e talvez encontrar um modo
de manter a paz com eles?
Jacó serve Labão por 14 anos,
por suas duas esposas.
E ele trabalha para Labão
mais seis anos,
para ter o seu próprio rebanho.
Finalmente,
com a orientação de Jeová,
ele junta a sua família,
junta seus animais
e, sem contar nada para Labão,
ele volta para a casa dele.
Quando Labão descobre isso,
ele fica furioso.
Então ele vai atrás de Jacó
e o alcança.
Essa é uma situação muito perigosa,
uma que poderia facilmente
acabar em violência.
Imagine como deve ter sido.
Jacó tinha chegado
em uma região montanhosa.
Provavelmente é de manhã,
e o ar ainda está frio.
Dá para ouvir os sons
e sentir o cheiro dos animais
– de ovelhas, de jumentos, de camelos.
Os servos cuidam deles
e os preparam para a viagem do dia.
Mas, então, os servos
começam a gritar de medo.
Labão está chegando
e ele não está sozinho.
Homens fortes estão com ele.
Eles vêm com toda a velocidade.
Então descem de seus camelos.
E essa visita não é nada amigável.
Os homens de Labão estão prontos
para fazer tudo o que ele mandar.
Os servos de Jacó
rapidamente chegam ao local,
e todo mundo presta atenção
na discussão entre Jacó e Labão.
Na noite anterior,
Jeová tinha dito para Labão, no sonho,
para ele tomar cuidado
com o que ele fosse dizer a Jacó.
Mesmo assim,
Labão está sentindo raiva,
muita raiva.
Labão acusa Jacó de duas coisas.
Primeiro, ele diz:
“Por que usou de esperteza comigo
e levou embora as minhas filhas,
como se fossem cativas
tomadas pela espada?
Por que você fugiu secretamente,
usando de esperteza comigo,
e não me avisou?”
A resposta para essa acusação
é óbvia.
Jacó responde:
“Parti secretamente
porque fiquei com medo,
pensando que o senhor poderia tirar
as suas filhas de mim à força.”
A segunda acusação de Labão
é que Jacó tinha roubado
os ídolos de sua casa.
Raquel tinha realmente
roubado os ídolos,
mas Jacó não sabe nada sobre isso.
É feita uma busca,
mas os ídolos não são encontrados.
Então, Jacó faz a sua defesa.
Vamos continuar nossa leitura
em Gênesis 31:36.
“Com isso Jacó ficou irado
e começou a reclamar com Labão.
Jacó disse então a Labão:
‘Qual foi o meu crime
e que pecado cometi,
para o senhor me perseguir
furiosamente?
Agora que vasculhou
todos os meus bens,
o que o senhor encontrou
que pertença à sua casa?
Ponha-o aqui na frente
dos meus irmãos e dos seus irmãos,
e que eles decidam entre nós dois.
Nesses 20 anos
que estive com o senhor,
suas ovelhas e suas cabras
nunca sofreram aborto,
e eu nunca comi
os carneiros do seu rebanho.
Não lhe trouxe nenhum animal
dilacerado por feras;
eu assumia esse prejuízo.
Caso um animal
fosse roubado de dia,
caso fosse roubado de noite,
o senhor o cobrava de mim.
De dia eu era consumido pelo calor,
e de noite pelo frio;
e o sono me fugia dos olhos.
Já faz 20 anos
que estou na sua casa.
Eu o servi 14 anos
pelas suas duas filhas
e seis anos pelo seu rebanho,
e o senhor mudou o meu salário
dez vezes.
Se o Deus de meu pai,
o Deus de Abraão
e Aquele a quem Isaque teme
não tivesse estado do meu lado,
o senhor me teria mandado embora
de mãos vazias.
Deus viu a minha aflição
e o trabalho árduo das minhas mãos,
e é por isso que ele o repreendeu
ontem à noite.’
Então Labão respondeu a Jacó:
‘Estas são as minhas filhas,
estes são os meus netos,
este é o meu rebanho,
e tudo o que você está vendo
é meu e das minhas filhas.
O que posso fazer hoje contra elas
ou contra os filhos delas,
que elas deram à luz?
Agora venha,
façamos um pacto, eu e você,
e o pacto servirá
de testemunho para nós.’
Assim, Jacó pegou uma pedra
e a colocou de pé como coluna.
Jacó disse então aos seus irmãos:
‘Apanhem pedras!’
E eles apanharam pedras
e as amontoaram.
Depois comeram ali
sobre o monte de pedras.
Labão o chamou de Jegar-Saaduta,
mas Jacó o chamou de Galeede.
Então Labão disse:
‘Este monte de pedras
é hoje testemunha entre mim e você.’
É por isso que foi chamado
de Galeede e de Torre de Vigia,
pois ele disse:
‘Que Jeová vigie a mim e a você
quando estivermos
fora da vista um do outro.
Se você maltratar as minhas filhas
e começar a tomar esposas
além das minhas filhas,
mesmo que não haja
ninguém que veja isso,
lembre-se de que Deus
será testemunha entre mim e você.’
Labão disse ainda a Jacó:
‘Aqui está o monte de pedras,
e aqui está a coluna
que erigi entre mim e você.
Este monte de pedras é testemunha,
e a coluna é algo que dá testemunho,
de que eu não passarei
deste monte de pedras
para prejudicar você
e de que você não passará
deste monte de pedras e desta coluna
para me prejudicar.
Que o Deus de Abraão
e o Deus de Naor,
o Deus do pai deles,
julgue entre nós.’
Jacó jurou por Aquele
a quem seu pai Isaque temia.
Depois disso, Jacó ofereceu
um sacrifício na montanha
e convidou seus irmãos
para comer pão.
Então eles comeram
e passaram a noite na montanha.
Labão, no entanto,
se levantou de manhã cedo
e beijou os seus netos
e as suas filhas,
e os abençoou.
Então Labão
partiu de volta para casa.”
Jacó tinha servido a Labão fielmente
e por 20 anos,
e isso apesar de ter sido enganado
e explorado por Labão.
Labão não reconhece o que fez.
Em vez disso, de forma desonesta,
diz que ele é o verdadeiro dono
de todas as coisas de Jacó.
Labão, então, sugere
que eles façam um pacto de paz,
um acordo que garanta
que suas famílias
não façam mal uma à outra.
No fundo, Labão não ama a paz.
É possível que ele só queira garantir
que Jacó não volte
com os ídolos roubados
e tente tomar posse da herança
que seria dos filhos de Labão.
De qualquer forma, Jacó concorda.
Todo mundo se acalma.
Não é necessário apelar para a violência.
Então, eles fazem um monumento
que vai servir de lembrete desse pacto.
Apesar de ter sofrido
anos e anos de maus-tratos,
Jacó concorda
em fazer um pacto de paz.
Ele não guarda ressentimento
e nem tenta se vingar.
Esse problema, felizmente, já passou,
mas agora surge um outro problema.
Jacó envia mensageiros a seu irmão.
Eles dizem que Jacó e sua família
estão voltando
e que ele quer
fazer as pazes com Esaú.
Os mensageiros
voltam com a notícia
de que Esaú está vindo
se encontrar com ele,
e está trazendo 400 homens.
E agora?
Será que Esaú
ainda está com raiva?
Naturalmente,
Jacó fica preocupado.
É claro que ele não quer brigar
com o irmão dele.
Vamos ver como eles se saem
nessa situação.
Por favor, abra a Bíblia
em Gênesis 32:13.
“Ele passou a noite ali.
Então, daquilo que tinha,
separou um presente
para Esaú, seu irmão:
200 cabras,
20 bodes, 200 ovelhas,
20 carneiros,
30 camelas que amamentavam
e as suas crias,
40 vacas, 10 touros,
20 jumentas e 10 jumentos.
Ele os entregou aos seus servos,
um rebanho após o outro,
e lhes disse:
‘Passem à minha frente,
e vocês devem deixar um espaço
entre um rebanho e outro.’
Ele também ordenou
ao primeiro servo:
‘Caso Esaú, meu irmão,
o encontre e pergunte:
‘A quem você pertence,
para onde vai e a quem pertencem
estes animais na sua frente?’,
você deve dizer: ‘Ao seu servo Jacó.
São um presente
que ele está enviando
ao meu senhor Esaú;
e ele mesmo também
está vindo atrás de nós!’’
Ordenou também
ao segundo, ao terceiro
e a todos os que acompanhavam
os rebanhos:
‘Quando encontrarem Esaú,
devem lhe falar essas palavras.
Devem dizer também:
‘Seu servo Jacó
está vindo atrás de nós.’’
Pois dizia a si mesmo:
‘Se eu o acalmar
mandando um presente
antes de mim,
ele talvez me receba bem
quando eu o encontrar depois.’”
Jacó quer manter a paz
com o seu irmão.
Para que isso seja possível,
ele manda um presente
bem generoso:
centenas de animais.
Será que Jacó
era uma pessoa fraca,
alguém que não tinha coragem
de enfrentar seu irmão?
De jeito nenhum!
Na verdade, faltando pouco tempo
para encontrar Esaú,
Jacó luta com um anjo
até o raiar do dia.
Só para ter certeza de que Jeová
vai realmente abençoá-lo.
Vamos ver agora o que acontece
quando os dois irmãos se encontram.
Abra a sua Bíblia em Gênesis 33:1.
“Jacó levantou os olhos
e viu Esaú chegando,
e com ele havia 400 homens.
Assim, repartiu os filhos entre Leia,
Raquel e as duas servas.
Ele pôs as servas
com seus filhos na frente,
Leia com seus filhos depois deles,
e Raquel com José por último.
Então ele passou à frente deles
e se curvou por terra sete vezes
ao chegar perto de seu irmão.
Mas Esaú correu ao encontro dele
e o abraçou e beijou,
e eles choraram muito.
Quando Esaú levantou os olhos
e viu as mulheres com os filhos, disse:
‘Quem são estes com você?’
Jacó respondeu:
‘Os filhos com que Deus
favoreceu seu servo.’
Aproximaram-se então
as servas com seus filhos
e se curvaram,
e Leia e seus filhos
também se aproximaram
e se curvaram.
Depois José e Raquel
se aproximaram e se curvaram.
Esaú perguntou:
‘Qual é a sua intenção
ao me enviar todo esse grupo
de viajantes que encontrei?’
Ele respondeu:
‘Achar favor
aos olhos do meu senhor.’
Esaú disse então:
‘Eu tenho muitos bens, meu irmão.
Fique com o que é seu.’
No entanto, Jacó disse:
‘Não, por favor.
Se achei favor aos seus olhos,
aceite o presente da minha mão,
pois eu o trouxe
para poder ver o seu rosto.
E eu vi o seu rosto
como se visse a face de Deus,
visto que me recebeu com prazer.
Por favor, aceite o presente
que lhe foi trazido,
pois Deus me favoreceu
e eu tenho tudo que necessito.’
E continuou a insistir com ele,
de modo que ele aceitou.”
Esse foi um final feliz.
Em vez de uma briga feia,
houve um encontro alegre.
Os dois irmãos choram
e se abraçam.
Mais uma vez,
Jacó mostra que ama a paz.
Como ele fez isso?
Ele orou
e ele também agiu
de acordo com suas orações.
Ele enviou presentes
e mostrou honra e respeito
por seu irmão,
chamando Esaú de “senhor”
e se curvando diante dele
sete vezes.
Qual a lição?
Esse relato ilustra bem
até que ponto devemos ir
para manter a paz
com nossos irmãos e irmãs.
Nós aprendemos muito
com o exemplo de Jacó
sobre manter a paz.
Quando sua vida estava em perigo
por causa de Esaú,
Jacó se mudou de casa.
Quando foi enganado por Labão,
na história envolvendo Raquel e Leia,
ele cedeu.
Quando foi perseguido
e acusado por Labão,
Jacó concordou
em fazer um pacto de paz.
E quando confrontou Esaú,
Jacó ofereceu um presente.
E pense nisso:
Em nenhuma dessas situações
Jacó era a pessoa
que precisava se desculpar.
Por toda a sua vida,
Jacó amou a paz.
Ele confiou em Jeová,
e Jeová o abençoou.
Jeová nunca se esqueceu de Jacó
e de como ele buscou a paz
ao lidar com outros.
Quando fazemos o mesmo,
quando nos esforçamos
para buscar a paz,
apesar de injustiças,
apesar de perseguições,
em assuntos pequenos
ou em assuntos grandes,
Jeová também
não vai se esquecer de nós.
Jeová vai nos abençoar muito
se amarmos a paz,
assim como Jacó amou a paz.

Jacó — Um homem que amava a paz
- 

Jacó — Um homem que amava a paz

Você já foi vítima de maus-tratos
ou de injustiça?
Você já ficou com raiva de algo
que alguém disse ou fez?
Todos nós, não é?
Em situações como essas,
pessoas que não conhecem a Jeová
geralmente reagem de um modo
que é tudo, menos pacífico.
Elas se vingam,
elas lutam,
pagam na mesma moeda.
Mas uma coisa nós sabemos:
Jeová vê tudo o que acontece
e ele pode resolver as coisas.
Por isso é sempre bom lembrarmos
das palavras de Jesus:
“Felizes os de temperamento brando...
Felizes os pacificadores.”
A Bíblia fala de um homem
que conseguiu continuar
brando e pacífico,
mesmo em situações
extremamente difíceis e estressantes.
Vez após vez,
ele escolheu não brigar
porque a preferência dele
era manter a paz.
Esse homem era Jacó.
Com certeza,
Jacó deve ter aprendido
a ser pacífico
com seu pai, Isaque.
Houve uma fome na região,
e Isaque se mudou com sua família
para Gerar,
que era governada por Abimeleque,
rei dos filisteus.
Vamos ler sobre os problemas
que surgiram
e ver como Isaque lidou com eles.
Vamos ler juntos Gênesis 26:12.
“E Isaque começou a semear
naquela terra,
e naquele ano ele colheu cem vezes
o que tinha semeado,
pois Jeová o abençoava.
O homem ficou rico,
e ele continuou a prosperar
até que se tornou muito rico.
Ele adquiriu rebanhos
de ovelhas e de bois
e um grande grupo de servos,
e os filisteus começaram a invejá-lo.
Assim, os filisteus taparam com terra
todos os poços
que os servos de Abraão, seu pai,
tinham cavado nos dias dele.
Abimeleque disse então a Isaque:
‘Mude-se da nossa vizinhança,
pois você ficou
muito mais forte do que nós.’
Portanto, Isaque se mudou dali
e acampou no vale de Gerar,
e passou a morar ali.
Isaque cavou novamente os poços
que tinham sido cavados
nos dias de Abraão, seu pai,
mas que os filisteus haviam tapado
depois da morte de Abraão,
e lhes deu os nomes
que seu pai tinha lhes dado.
Quando os servos de Isaque
estavam cavando no vale,
acharam um poço
em que havia uma nascente de água.
E os pastores de Gerar
começaram a discutir
com os pastores de Isaque, dizendo:
‘A água é nossa!’
Assim, Isaque deu ao poço
o nome de Eseque,
porque haviam discutido com Isaque.
E cavaram outro poço,
e começaram a discutir também
por causa dele.
Então lhe deu o nome de Sitna.
Mais tarde ele se mudou dali
e cavou outro poço,
mas eles não discutiram
por causa dele.
Por isso lhe deu o nome de Reobote,
e disse:
‘É porque agora
Jeová nos deu amplo espaço
e nos fez numerosos nesta terra.’
Dali subiu então para Berseba.
Naquela noite
Jeová lhe apareceu e disse:
‘Eu sou o Deus de Abraão, seu pai.
Não tenha medo,
pois estou com você,
e vou abençoá-lo e multiplicar
a sua descendência
por causa de Abraão, meu servo.’”
Motivados pela inveja,
os filisteus taparam todos os poços
que Abraão tinha cavado,
e o rei pede para que Isaque
se mude para longe dali.
Agora, Isaque precisa
tomar uma decisão.
Talvez alguns até o incentivem a ficar.
Pense no que eles devem ter dito.
“Você não fez nada de errado, Isaque.
Jeová já disse que vai dar para você
e toda a sua descendência essa terra.
Não precisa ter medo.
Você tem muitos servos,
e eles são mais fortes
do que os filisteus.
Por que você não se vinga
e vai atrás daqueles
que taparam os seus poços?”
Nessa situação,
o que você teria feito?
Isaque escolhe agir
de um modo pacífico.
Ele decide se mudar dali.
Isso não é nada fácil.
Isaque tem muitos servos
e uma quantidade enorme
de ovelhas e de bois.
Ele cultivou aquelas terras,
cuidou de suas plantações,
e elas produziram bastante fruto,
mas ele deixa tudo para trás
e se muda dali.
Só que os problemas de Isaque
ainda não acabaram.
Em seu novo local,
seus servos cavam poços
e conseguem encontrar água.
Mas os pastores
daquela região dizem:
“A água é nossa.”
Então, Isaque cava outro poço,
mas os pastores daquela região
também discutem por causa dele.
De novo, em vez de brigar
por causa do assunto,
Isaque se muda dali
e, finalmente, ele encontra um lugar
onde ele pode morar em paz.
Jacó viu que a atitude
calma e pacífica de seu pai
teve bons resultados.
E ele sabia
que Jeová tinha abençoado Isaque
por causa disso.
Qual é a lição?
Pais, nunca se esqueçam
de que o bom exemplo que vocês dão
pode ter um efeito poderoso
na vida de seus filhos.
Jacó tem um irmão gêmeo, Esaú.
Dos dois, Esaú é o que nasce primeiro,
mas Jeová prediz que,
contrário ao costume,
Esaú, que é o mais velho,
vai servir ao seu irmão mais novo.
Jeová prevê que tipo de personalidade
cada um dos gêmeos vai ter,
e ele sabe que Esaú
vai dar pouco valor
para coisas espirituais.
Isso fica evidente quando Esaú
troca seu direito de primogênito
por nada mais
que uma tigela de ensopado.
E ele sela o assunto
com um juramento.
Mas ele abre mão de algo mais.
Quando vende seu direito
de primogênito,
ele também abre mão
do direito de receber
uma bênção profética de seu pai.
Os anos se passam.
Isaque fica idoso.
E ele decide que já é hora
de abençoar seu filho primogênito.
Ele talvez não saiba que Esaú
vendeu o direito de primogênito.
De qualquer forma,
ele diz a Esaú que vai abençoá-lo.
Mas, primeiro, Isaque pede
que Esaú cace um animal
e prepare um prato saboroso para ele.
Rebeca, a mãe dos gêmeos,
ouve essa conversa.
Então, enquanto Esaú
está fora, caçando,
ela convence Jacó
a se passar por seu irmão.
O plano dá certo.
Sem saber, Isaque abençoa Jacó.
E, quando Esaú fica sabendo disso,
ele fica furioso.
Vamos ouvir a continuação
dessa história,
a partir de Gênesis 27:41.
“No entanto, Esaú guardou
rancor de Jacó,
por causa da bênção
que seu pai lhe tinha dado,
e Esaú dizia no coração:
‘Os dias de luto por meu pai
estão chegando.
Depois disso
vou matar Jacó, meu irmão.’
Quando Rebeca foi informada
das palavras de Esaú,
seu filho mais velho,
ela imediatamente
mandou chamar Jacó,
seu filho mais novo,
e disse-lhe:
‘Olhe, seu irmão Esaú
está planejando matar você
para se vingar.
Então, meu filho, faça o que eu digo:
fuja depressa para a casa de Labão,
meu irmão, em Harã.
More com ele por um tempo,
até que o furor de seu irmão
se acalme,
até que diminua a raiva
que seu irmão tem de você
e ele esqueça o que você lhe fez.
Então eu mandarei um aviso
para que volte.
Por que eu deveria perder
vocês dois num só dia?’
Depois, Rebeca disse a Isaque:
‘Odeio a minha vida
por causa das filhas de Hete.
Se Jacó tomar uma esposa
dentre as filhas de Hete,
como essas filhas desta terra,
de que me adianta viver?’
Então, Isaque chamou Jacó
e o abençoou, e lhe ordenou:
‘Não tome uma esposa
dentre as filhas de Canaã.
Vá para Padã-Arã,
à casa de Betuel, pai de sua mãe,
e tome ali como esposa
uma das filhas de Labão,
irmão de sua mãe.
O Deus Todo-Poderoso
o abençoará,
lhe dará filhos e o multiplicará,
e você certamente se tornará
uma congregação de povos.
E ele dará a você
a bênção de Abraão,
a você e à sua descendência,
para que você tome posse da terra
em que tem vivido como estrangeiro,
a terra que Deus deu a Abraão.’
Assim, Isaque deixou Jacó ir,
e este partiu para Padã-Arã,
a fim de ir a Labão,
filho de Betuel, o arameu,
e irmão de Rebeca,
mãe de Jacó e de Esaú.”
Os pais de Jacó dizem para ele
viajar até o seu tio Labão
e encontrar uma esposa.
Mas é claro
que o principal motivo disso
é o problema entre ele e Esaú.
Lembre-se que, anos antes,
Isaque teve um problema
com os filisteus,
um problema que, pelo jeito,
não pôde ser resolvido
de forma pacífica.
Então, o que Isaque decidiu fazer?
Ele se mudou de lá.
Agora, Jacó enfrenta
uma situação parecida.
Seu irmão está ardendo de raiva.
Então, Jacó vai embora.
Isso significa
deixar seu lar, sua família.
Significa fazer uma longa viagem
para uma terra distante.
Jacó poderia ter se recusado
a ir embora;
afinal, é ele que tem agora
os direitos de primogênito.
Ele poderia ter discutido com seus pais.
“Eu não sou criança. Já tenho 77 anos.”
Mas Jacó não faz nada disso.
A Bíblia simplesmente diz:
“Jacó obedeceu ao seu pai
e à sua mãe e partiu.”
O que aprendemos?
Quando passamos por uma situação
que não pode ser resolvida
de modo pacífico,
nós provavelmente
não vamos ter que fugir
para um lugar distante.
Mas, às vezes,
talvez a atitude mais sábia
seja se retirar de uma situação.
Provérbios 17:14 diz:
“Começar uma briga
é como abrir uma comporta.”
E continua:
“Retire-se
antes de estourar a discussão.”
Enquanto Jacó viaja
até a casa de seu tio,
Jeová aparece a ele em um sonho
e garante que vai dar a ele
apoio e proteção.
Mas isso não quer dizer
que os problemas de Jacó
já acabaram.
No final da viagem,
ele se muda para a casa de seu tio.
Mas, com o tempo,
surge uma nova situação
que mostra que Jacó é realmente
um homem que ama a paz.
Vamos ler esse relato
a partir de Gênesis 29:16.
“Ora, Labão tinha duas filhas.
O nome da mais velha era Leia,
e o nome da mais nova Raquel.
Mas os olhos de Leia
não tinham brilho,
ao passo que Raquel
tinha se tornado uma mulher
muito bonita e atraente.
Jacó havia se apaixonado
por Raquel,
de modo que ele disse:
‘Estou disposto
a servi-lo sete anos por Raquel,
sua filha mais nova.’
Então Labão disse:
‘É melhor para mim dá-la a você
do que dá-la a outro homem.
Fique morando comigo.’
E Jacó serviu sete anos por Raquel,
mas aos seus olhos
pareceram apenas alguns dias,
por causa do seu amor por ela.
Jacó disse então a Labão:
‘Entregue-me a minha esposa
porque terminaram os meus dias,
para que eu tenha relações com ela.’
Em vista disso,
Labão reuniu todos os homens do lugar
e deu um banquete.
Mas, à noite,
ele pegou Leia, sua filha,
e a levou a Jacó,
para que tivesse relações com ela.
Também, Labão
deu sua serva Zilpa
como serva à sua filha Leia.
De manhã, Jacó viu que era Leia!
Assim, ele disse a Labão:
‘O que o senhor me fez?
Não foi por Raquel
que eu o servi?
Por que me trapaceou?’
Labão respondeu:
‘Aqui não é costume dar a mais nova
antes da primogênita.
Celebre a semana desta mulher.
Depois você também receberá
a outra mulher,
e em troca me servirá
por mais sete anos.’
Jacó fez assim
e celebrou a semana
daquela mulher,
e depois disso Labão lhe deu
sua filha Raquel como esposa.
Além disso, ele deu sua serva Bila
como serva à sua filha Raquel.”
Jacó tem todos os motivos
para se sentir frustrado.
Ele tinha combinado com Labão
de trabalhar sete anos por Raquel.
Mas, no fim desses sete anos,
depois do banquete do casamento,
a mulher trazida a Jacó,
e escondida por trás do véu,
não é Raquel; é Leia.
Imagine como isso deve ter sido
um choque para Jacó!
Mas Labão,
em vez de admitir
que tinha enganado Jacó,
dá uma desculpa.
O que Jacó
deveria estar pensando?
Jeová tinha prometido para ele
que a sua descendência
se tornaria tão grande
quanto as partículas de pó da Terra.
Será que Jacó pensou
que Jeová estava
manobrando as coisas
para isso se cumprir?
Não sabemos.
Como o tempo,
Leia dá à luz seis filhos dele,
incluindo Levi e Judá,
homens que depois
se tornaram cabeças
das duas tribos
mais privilegiadas de Israel.
Mas é claro que Jacó
não sabia que isso ia acontecer.
Mesmo assim, Jacó,
que ama a paz, aceita Leia
e concorda com aquele pedido
totalmente absurdo de Labão.
Então, Jacó trabalha
mais sete anos por Raquel.
Qual é a lição?
É muito frustrante quando outros
não cumprem a sua parte no acordo.
Mas, como Jacó,
será que podemos
tentar perdoá-los de verdade
e talvez encontrar um modo
de manter a paz com eles?
Jacó serve Labão por 14 anos,
por suas duas esposas.
E ele trabalha para Labão
mais seis anos,
para ter o seu próprio rebanho.
Finalmente,
com a orientação de Jeová,
ele junta a sua família,
junta seus animais
e, sem contar nada para Labão,
ele volta para a casa dele.
Quando Labão descobre isso,
ele fica furioso.
Então ele vai atrás de Jacó
e o alcança.
Essa é uma situação muito perigosa,
uma que poderia facilmente
acabar em violência.
Imagine como deve ter sido.
Jacó tinha chegado
em uma região montanhosa.
Provavelmente é de manhã,
e o ar ainda está frio.
Dá para ouvir os sons
e sentir o cheiro dos animais
– de ovelhas, de jumentos, de camelos.
Os servos cuidam deles
e os preparam para a viagem do dia.
Mas, então, os servos
começam a gritar de medo.
Labão está chegando
e ele não está sozinho.
Homens fortes estão com ele.
Eles vêm com toda a velocidade.
Então descem de seus camelos.
E essa visita não é nada amigável.
Os homens de Labão estão prontos
para fazer tudo o que ele mandar.
Os servos de Jacó
rapidamente chegam ao local,
e todo mundo presta atenção
na discussão entre Jacó e Labão.
Na noite anterior,
Jeová tinha dito para Labão, no sonho,
para ele tomar cuidado
com o que ele fosse dizer a Jacó.
Mesmo assim,
Labão está sentindo raiva,
muita raiva.
Labão acusa Jacó de duas coisas.
Primeiro, ele diz:
“Por que usou de esperteza comigo
e levou embora as minhas filhas,
como se fossem cativas
tomadas pela espada?
Por que você fugiu secretamente,
usando de esperteza comigo,
e não me avisou?”
A resposta para essa acusação
é óbvia.
Jacó responde:
“Parti secretamente
porque fiquei com medo,
pensando que o senhor poderia tirar
as suas filhas de mim à força.”
A segunda acusação de Labão
é que Jacó tinha roubado
os ídolos de sua casa.
Raquel tinha realmente
roubado os ídolos,
mas Jacó não sabe nada sobre isso.
É feita uma busca,
mas os ídolos não são encontrados.
Então, Jacó faz a sua defesa.
Vamos continuar nossa leitura
em Gênesis 31:36.
“Com isso Jacó ficou irado
e começou a reclamar com Labão.
Jacó disse então a Labão:
‘Qual foi o meu crime
e que pecado cometi,
para o senhor me perseguir
furiosamente?
Agora que vasculhou
todos os meus bens,
o que o senhor encontrou
que pertença à sua casa?
Ponha-o aqui na frente
dos meus irmãos e dos seus irmãos,
e que eles decidam entre nós dois.
Nesses 20 anos
que estive com o senhor,
suas ovelhas e suas cabras
nunca sofreram aborto,
e eu nunca comi
os carneiros do seu rebanho.
Não lhe trouxe nenhum animal
dilacerado por feras;
eu assumia esse prejuízo.
Caso um animal
fosse roubado de dia,
caso fosse roubado de noite,
o senhor o cobrava de mim.
De dia eu era consumido pelo calor,
e de noite pelo frio;
e o sono me fugia dos olhos.
Já faz 20 anos
que estou na sua casa.
Eu o servi 14 anos
pelas suas duas filhas
e seis anos pelo seu rebanho,
e o senhor mudou o meu salário
dez vezes.
Se o Deus de meu pai,
o Deus de Abraão
e Aquele a quem Isaque teme
não tivesse estado do meu lado,
o senhor me teria mandado embora
de mãos vazias.
Deus viu a minha aflição
e o trabalho árduo das minhas mãos,
e é por isso que ele o repreendeu
ontem à noite.’
Então Labão respondeu a Jacó:
‘Estas são as minhas filhas,
estes são os meus netos,
este é o meu rebanho,
e tudo o que você está vendo
é meu e das minhas filhas.
O que posso fazer hoje contra elas
ou contra os filhos delas,
que elas deram à luz?
Agora venha,
façamos um pacto, eu e você,
e o pacto servirá
de testemunho para nós.’
Assim, Jacó pegou uma pedra
e a colocou de pé como coluna.
Jacó disse então aos seus irmãos:
‘Apanhem pedras!’
E eles apanharam pedras
e as amontoaram.
Depois comeram ali
sobre o monte de pedras.
Labão o chamou de Jegar-Saaduta,
mas Jacó o chamou de Galeede.
Então Labão disse:
‘Este monte de pedras
é hoje testemunha entre mim e você.’
É por isso que foi chamado
de Galeede e de Torre de Vigia,
pois ele disse:
‘Que Jeová vigie a mim e a você
quando estivermos
fora da vista um do outro.
Se você maltratar as minhas filhas
e começar a tomar esposas
além das minhas filhas,
mesmo que não haja
ninguém que veja isso,
lembre-se de que Deus
será testemunha entre mim e você.’
Labão disse ainda a Jacó:
‘Aqui está o monte de pedras,
e aqui está a coluna
que erigi entre mim e você.
Este monte de pedras é testemunha,
e a coluna é algo que dá testemunho,
de que eu não passarei
deste monte de pedras
para prejudicar você
e de que você não passará
deste monte de pedras e desta coluna
para me prejudicar.
Que o Deus de Abraão
e o Deus de Naor,
o Deus do pai deles,
julgue entre nós.’
Jacó jurou por Aquele
a quem seu pai Isaque temia.
Depois disso, Jacó ofereceu
um sacrifício na montanha
e convidou seus irmãos
para comer pão.
Então eles comeram
e passaram a noite na montanha.
Labão, no entanto,
se levantou de manhã cedo
e beijou os seus netos
e as suas filhas,
e os abençoou.
Então Labão
partiu de volta para casa.”
Jacó tinha servido a Labão fielmente
e por 20 anos,
e isso apesar de ter sido enganado
e explorado por Labão.
Labão não reconhece o que fez.
Em vez disso, de forma desonesta,
diz que ele é o verdadeiro dono
de todas as coisas de Jacó.
Labão, então, sugere
que eles façam um pacto de paz,
um acordo que garanta
que suas famílias
não façam mal uma à outra.
No fundo, Labão não ama a paz.
É possível que ele só queira garantir
que Jacó não volte
com os ídolos roubados
e tente tomar posse da herança
que seria dos filhos de Labão.
De qualquer forma, Jacó concorda.
Todo mundo se acalma.
Não é necessário apelar para a violência.
Então, eles fazem um monumento
que vai servir de lembrete desse pacto.
Apesar de ter sofrido
anos e anos de maus-tratos,
Jacó concorda
em fazer um pacto de paz.
Ele não guarda ressentimento
e nem tenta se vingar.
Esse problema, felizmente, já passou,
mas agora surge um outro problema.
Jacó envia mensageiros a seu irmão.
Eles dizem que Jacó e sua família
estão voltando
e que ele quer
fazer as pazes com Esaú.
Os mensageiros
voltam com a notícia
de que Esaú está vindo
se encontrar com ele,
e está trazendo 400 homens.
E agora?
Será que Esaú
ainda está com raiva?
Naturalmente,
Jacó fica preocupado.
É claro que ele não quer brigar
com o irmão dele.
Vamos ver como eles se saem
nessa situação.
Por favor, abra a Bíblia
em Gênesis 32:13.
“Ele passou a noite ali.
Então, daquilo que tinha,
separou um presente
para Esaú, seu irmão:
200 cabras,
20 bodes, 200 ovelhas,
20 carneiros,
30 camelas que amamentavam
e as suas crias,
40 vacas, 10 touros,
20 jumentas e 10 jumentos.
Ele os entregou aos seus servos,
um rebanho após o outro,
e lhes disse:
‘Passem à minha frente,
e vocês devem deixar um espaço
entre um rebanho e outro.’
Ele também ordenou
ao primeiro servo:
‘Caso Esaú, meu irmão,
o encontre e pergunte:
‘A quem você pertence,
para onde vai e a quem pertencem
estes animais na sua frente?’,
você deve dizer: ‘Ao seu servo Jacó.
São um presente
que ele está enviando
ao meu senhor Esaú;
e ele mesmo também
está vindo atrás de nós!’’
Ordenou também
ao segundo, ao terceiro
e a todos os que acompanhavam
os rebanhos:
‘Quando encontrarem Esaú,
devem lhe falar essas palavras.
Devem dizer também:
‘Seu servo Jacó
está vindo atrás de nós.’’
Pois dizia a si mesmo:
‘Se eu o acalmar
mandando um presente
antes de mim,
ele talvez me receba bem
quando eu o encontrar depois.’”
Jacó quer manter a paz
com o seu irmão.
Para que isso seja possível,
ele manda um presente
bem generoso:
centenas de animais.
Será que Jacó
era uma pessoa fraca,
alguém que não tinha coragem
de enfrentar seu irmão?
De jeito nenhum!
Na verdade, faltando pouco tempo
para encontrar Esaú,
Jacó luta com um anjo
até o raiar do dia.
Só para ter certeza de que Jeová
vai realmente abençoá-lo.
Vamos ver agora o que acontece
quando os dois irmãos se encontram.
Abra a sua Bíblia em Gênesis 33:1.
“Jacó levantou os olhos
e viu Esaú chegando,
e com ele havia 400 homens.
Assim, repartiu os filhos entre Leia,
Raquel e as duas servas.
Ele pôs as servas
com seus filhos na frente,
Leia com seus filhos depois deles,
e Raquel com José por último.
Então ele passou à frente deles
e se curvou por terra sete vezes
ao chegar perto de seu irmão.
Mas Esaú correu ao encontro dele
e o abraçou e beijou,
e eles choraram muito.
Quando Esaú levantou os olhos
e viu as mulheres com os filhos, disse:
‘Quem são estes com você?’
Jacó respondeu:
‘Os filhos com que Deus
favoreceu seu servo.’
Aproximaram-se então
as servas com seus filhos
e se curvaram,
e Leia e seus filhos
também se aproximaram
e se curvaram.
Depois José e Raquel
se aproximaram e se curvaram.
Esaú perguntou:
‘Qual é a sua intenção
ao me enviar todo esse grupo
de viajantes que encontrei?’
Ele respondeu:
‘Achar favor
aos olhos do meu senhor.’
Esaú disse então:
‘Eu tenho muitos bens, meu irmão.
Fique com o que é seu.’
No entanto, Jacó disse:
‘Não, por favor.
Se achei favor aos seus olhos,
aceite o presente da minha mão,
pois eu o trouxe
para poder ver o seu rosto.
E eu vi o seu rosto
como se visse a face de Deus,
visto que me recebeu com prazer.
Por favor, aceite o presente
que lhe foi trazido,
pois Deus me favoreceu
e eu tenho tudo que necessito.’
E continuou a insistir com ele,
de modo que ele aceitou.”
Esse foi um final feliz.
Em vez de uma briga feia,
houve um encontro alegre.
Os dois irmãos choram
e se abraçam.
Mais uma vez,
Jacó mostra que ama a paz.
Como ele fez isso?
Ele orou
e ele também agiu
de acordo com suas orações.
Ele enviou presentes
e mostrou honra e respeito
por seu irmão,
chamando Esaú de “senhor”
e se curvando diante dele
sete vezes.
Qual a lição?
Esse relato ilustra bem
até que ponto devemos ir
para manter a paz
com nossos irmãos e irmãs.
Nós aprendemos muito
com o exemplo de Jacó
sobre manter a paz.
Quando sua vida estava em perigo
por causa de Esaú,
Jacó se mudou de casa.
Quando foi enganado por Labão,
na história envolvendo Raquel e Leia,
ele cedeu.
Quando foi perseguido
e acusado por Labão,
Jacó concordou
em fazer um pacto de paz.
E quando confrontou Esaú,
Jacó ofereceu um presente.
E pense nisso:
Em nenhuma dessas situações
Jacó era a pessoa
que precisava se desculpar.
Por toda a sua vida,
Jacó amou a paz.
Ele confiou em Jeová,
e Jeová o abençoou.
Jeová nunca se esqueceu de Jacó
e de como ele buscou a paz
ao lidar com outros.
Quando fazemos o mesmo,
quando nos esforçamos
para buscar a paz,
apesar de injustiças,
apesar de perseguições,
em assuntos pequenos
ou em assuntos grandes,
Jeová também
não vai se esquecer de nós.
Jeová vai nos abençoar muito
se amarmos a paz,
assim como Jacó amou a paz.


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