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Já alguma vez foi vítima
de opressão ou injustiça?
Já se sentiu zangado
por causa daquilo que alguém disse ou fez?
Todos já passámos por isso.
Em situações assim,
as pessoas que não conhecem a Jeová,
normalmente,
não reagem de uma forma pacífica.
Elas tentam vingar-se
e magoar a pessoa que lhes fez mal.
Mas nós sabemos que Jeová
vê tudo o que acontece
e ele pode resolver os assuntos.
É bom lembrarmo-nos
das palavras de Jesus:
"Felizes os de temperamento brando, [...]
felizes os pacificadores."
A Bíblia descreve um homem
que se manteve calmo e pacífico,
quando enfrentou situações
muito difíceis e stressantes.
Vez após vez, ele escolheu não lutar.
Ele esforçou-se muito para manter a paz.
Esse homem era Jacó. 
Jacó aprendeu a ser pacífico
com o exemplo do pai, Isaque.
Havia fome onde eles viviam. 
Por isso, Isaque mudou-se
com a sua família para Gerar,
que era governada 
por Abimeleque, rei dos filisteus.
Vamos ler sobre os problemas que surgiram
e ver como Isaque lidou com isso.
Abram a Bíblia
em Génesis, capítulo 26, versículo 12.
“E Isaque começou a semear naquela terra,
e, naquele ano,
colheu cem vezes o que tinha semeado,
pois Jeová o abençoava.
O homem ficou rico, e continuou a prosperar
até que se tornou muito rico.
Ele adquiriu rebanhos de ovelhas
e manadas de bois
e um grande grupo de servos,
e os filisteus começaram a invejá-lo.
Assim, os filisteus taparam com terra
todos os poços que os servos de Abraão,
seu pai, tinham cavado nos seus dias.
Então, Abimeleque disse a Isaque:
'Muda-te da nossa vizinhança,
pois ficaste muito mais forte do que nós.'
Portanto, Isaque mudou-se dali
e acampou no vale de Gerar,
onde passou a morar.
Isaque cavou novamente os poços
que tinham sido cavados
nos dias de Abraão, seu pai,
mas que os filisteus tinham tapado
depois da morte de Abraão,
e deu-lhes os nomes
que o seu pai lhes tinha dado.
Quando os servos de Isaque
estavam a cavar no vale,
encontraram um poço
em que havia uma nascente de água.
E os pastores de Gerar começaram
a discutir com os pastores de Isaque, dizendo:
'A água é nossa!'
Assim, Isaque deu ao poço o nome de Eseque,
porque tinham discutido com Isaque.
E começaram a cavar outro poço,
e também começaram a discutir
por causa deste.
Então deu-lhe o nome de Sitna.
Mais tarde, mudou-se dali
e cavou outro poço, 
mas eles não discutiram por causa dele.
Por isso, deu-lhe o nome de Reobote,
e disse:
'É porque, agora, Jeová deu-nos
espaço amplo e fez-nos numerosos nesta terra.'
Dali subiu então para Berseba.
Naquela noite, Jeová apareceu-lhe e disse:
‘Eu sou o Deus de Abraão, teu pai.
Não tenhas medo, pois estou contigo,
e vou abençoar-te
e multiplicar a tua descendência
por causa de Abraão, meu servo.’”
Os filisteus, cheios de inveja,
tapam todos os poços que Abraão tinha cavado. 
E o rei pede a Isaque
para sair da vizinhança.
Isaque tem de tomar uma decisão.
Alguns talvez o encorajem a ficar.
É possível que até lhe tenham dito algo
deste género: ‘Não fizeste nada de mal, Isaque!
Jeová disse-te que tu e a tua descendência
iriam herdar esta terra.
Por isso, não tenhas medo.
Tu tens muitos servos
que são muito mais fortes do que os filisteus.
Porque é que tu não te vingas das pessoas
que fizeram isto aos teus poços?’
Se estivesse nesta situação,
o que é que você teria feito?
Isaque escolhe ser pacífico.
Ele decide seguir em frente.
Isso não é nada fácil.
Ele tem muitos servos,
e rebanhos de ovelhas e manadas de bois.
Ele cultivou o solo e plantou sementes,
e foi muito bem sucedido.
Mas, agora, deixa tudo para trás
e vai em frente.
Mas os problemas de Isaque continuam.
No novo local, os servos dele cavam poços
e encontram água fresca.
Mas os pastores daquela zona dizem:
“A água é nossa!”
Então, Isaque cava outro poço,
mas os pastores locais
discutem outra vez com ele.
Mais uma vez,
em vez de discutir sobre o assunto,
Isaque sai dali e, finalmente,
encontra um lugar onde pode morar em paz.
Jacó viu que a forma pacífica
de o seu pai agir teve um bom resultado.
E ele sabia que Isaque
tinha sido abençoado por Jeová.
Qual é a lição?
Pais, nunca subestimem
o poder que o vosso bom exemplo
pode ter sobre os vossos filhos.
Faz toda a diferença.
Jacó tem um irmão gémeo, Esaú.
Dos dois, Esaú nasce primeiro.
Mas Jeová prediz que,
ao contrário do habitual,
o irmão mais velho, Esaú,
vai servir o mais novo.
Jeová consegue ver o tipo de personalidade
que eles vão desenvolver.
E Ele sabe que Esaú vai ter
pouco apreço por assuntos espirituais.
Isso torna-se evidente quando
Esaú troca o seu direito de primogénito
por um mero guisado de lentilhas
e sela o assunto com um juramento.
Mas há algo mais envolvido.
Ao vender esse direito,
ele também abdica do direito
de receber uma bênção profética do seu pai.
Passam-se vários anos.
Isaque envelheceu
e decide que é altura
de dar a sua bênção ao primogénito.
Ele talvez não saiba que Esaú
vendeu o seu direito de primogénito.
De qualquer maneira,
ele diz a Esaú que o vai abençoar.
Mas primeiro,
pede-lhe que vá caçar um animal
e lhe prepare
um prato delicioso para ele comer.
A mãe dos gémeos, Rebeca,
ouve a conversa
e convence Jacó a fingir
que é o seu irmão gémeo,
enquanto Esaú vai à caça.
O plano é bem sucedido.
Sem saber, Isaque abençoa Jacó.
Quando Esaú sabe disso, fica furioso.
Vamos continuar a leitura
em Génesis, capítulo 27, versículo 41.
“No entanto, Esaú guardou rancor de Jacó,
por causa da bênção que o seu pai lhe dera, 
e Esaú dizia no íntimo:
'Os dias de luto pelo meu pai estão a chegar.
Depois disso, vou matar o meu irmão Jacó.'
Quando Rebeca foi informada das palavras
de Esaú, o seu filho mais velho,
imediatamente mandou chamar Jacó,
o seu filho mais novo,
e disse-lhe:
'Olha, o teu irmão Esaú
está a planear matar-te para se vingar.
Então, meu filho, faz o que te digo:
foge depressa para a casa de Labão,
meu irmão, em Harã.
Mora com ele por um tempo,
até que se acalme o furor do teu irmão,
até que diminua a raiva
que o teu irmão tem de ti 
e esqueça o que tu lhe fizeste.
Então mandarei um aviso para que voltes.
Porque é que vos haveria de perder
aos dois num só dia?'
Depois, Rebeca dizia a Isaque:
'Odeio a minha vida
por causa das filhas de Hete.
Se Jacó tomar uma esposa
dentre as filhas de Hete,
como as filhas desta terra,
de que me adianta viver?'
Então, Isaque chamou Jacó
e abençoou-o, e ordenou-lhe:
'Não tomes uma esposa
dentre as filhas de Canaã.
Vai para Padã-Arã,
à casa de Betuel, pai da tua mãe,
e toma de lá como esposa
uma das filhas de Labão, irmão da tua mãe.
O Deus Todo-Poderoso
irá abençoar-te, dar-te filhos e multiplicar-te,
e certamente te tornarás
uma congregação de povos.
E ele irá dar-te a bênção de Abraão,
a ti e à tua descendência,
para que tomes posse da terra
em que tens vivido como estrangeiro,
a terra que Deus deu a Abraão.'
Assim, Isaque mandou Jacó embora,
e este partiu para Padã-Arã,
para ir ter com Labão,
filho de Betuel, o arameu, 
e irmão de Rebeca,
mãe de Jacó e de Esaú.”
Os pais de Jacó
dizem-lhe para ir ter com o seu tio Labão
para procurar uma esposa.
É claro que a razão principal
é o problema com Esaú.
Conforme se lembram,
Isaque tinha um problema com os filisteus.
Um problema que aparentemente
não se conseguia resolver de forma pacífica.
Então, o que é que Isaque fez? 
Ele foi-se embora.
Agora, Jacó enfrenta uma situação parecida.
O seu irmão está furioso com ele.
Por isso, Jacó vai-se embora. 
Ele tem de deixar a sua casa e a sua família,
e tem de fazer uma longa viagem
para uma terra distante.
Jacó poderia ter-se recusado a sair dali.
Ele tem o direito de primogénito.
Ele podia ter argumentado
com os pais e dizer:
'Eu já não sou nenhuma criança.
Eu tenho 77 anos!'
Mas Jacó não faz isso.
A Bíblia diz simplesmente: 
“Jacó obedeceu ao pai e à mãe, e partiu.”
Qual é a lição?
Quando enfrentamos uma situação,
que não se consegue resolver
de forma pacífica,
provavelmente, não precisamos
de fugir para uma terra distante.
No entanto, às vezes,
a coisa mais sábia a fazer
é afastarmo-nos da situação.
Provérbios, capítulo 17, versículo 14, diz:
“Começar uma briga
é como abrir uma comporta;
Retira-te antes de estourar a discussão.”
Enquanto Jacó está a caminho
da casa do seu tio,
Jeová aparece a Jacó num sonho
e garante que o vai apoiar e proteger.
Mas isso não significa
que os problemas de Jacó acabaram.
Quando chega à casa do seu tio,
Jacó fica a viver com ele.
Com o tempo volta a surgir uma situação,
que mostra que Jacó
é um homem que ama a paz.
Vamos ler sobre isso
a partir de Génesis 29:16.
“Ora, Labão tinha duas filhas.
O nome da mais velha era Lia
e o nome da mais nova era Raquel.
Mas os olhos de Lia não tinham brilho,
ao passo que Raquel se tinha tornado
uma mulher muito bonita e atraente.
Jacó tinha-se apaixonado por Raquel,
de modo que disse:
'Estou disposto a servi-lo sete anos
por Raquel, a sua filha mais nova.'
Então Labão disse:
'É melhor para mim dá-la a ti
do que dá-la a outro homem.
Continua a morar comigo.'
E Jacó serviu sete anos por Raquel,
que, aos seus olhos,
pareceram apenas alguns dias,
por causa do seu amor por ela.
Então, Jacó disse a Labão:
'Entregue-me a minha esposa,
porque terminaram os meus dias,
para que eu tenha relações com ela.'
Em vista disso,
Labão reuniu todos os homens
daquele lugar e deu um banquete.
Mas, à noite,
ele pegou em Lia, a sua filha,
e levou-a a Jacó,
para que tivesse relações com ela.
Labão deu também a sua serva Zilpa,
como serva, à sua filha Lia.
De manhã, Jacó viu que era Lia!
Assim, ele disse a Labão:
'O que é que me fez?
Não foi por Raquel que o servi?
Porque é que me enganou?'
Labão respondeu:
'Aqui não é costume
dar a mais nova antes da primogénita.
Celebra a semana desta mulher.
Depois receberás também a outra mulher
em troca de me servires mais sete anos.'
Jacó assim fez
e celebrou a semana daquela mulher,
e, depois, Labão
deu-lhe a sua filha Raquel como esposa.
Além disso, ele deu a sua serva Bila,
como serva, à sua filha Raquel.”
Jacó tem razão para estar zangado.
Ele tinha combinado com Labão
trabalhar sete anos por Raquel.
Ao fim dos sete anos,
é preparada uma festa de casamento.
Mas a mulher que levam a Jacó
tem a cara tapada com um véu,
e não é Raquel, mas Lia.
Imaginem como Jacó
deve ter ficado chocado.
Em vez de admitir que o enganou,
Labão dá uma desculpa.
O que é que vem à mente de Jacó?
Será que ele pensa que tudo isto faz parte
do cumprimento da promessa de Jeová
de tornar os seus descendentes
como as partículas do pó da terra?
Não sabemos. 
Com o tempo, Lia e Jacó têm
seis filhos, incluindo Levi e Judá.
Eles tornaram-se cabeças das duas
tribos mais importantes de Israel.
É claro que Jacó não podia prever isto.
No entanto, Jacó, um homem pacífico, 
aceita Lia e concorda
com o pedido nada razoável de Labão:
trabalhar mais sete anos por Raquel.
Qual é a lição?
Sentimo-nos desapontados
quando outros não cumprem a sua palavra.
Assim como Jacó, 
será que tentamos perdoá-los genuinamente
e procuramos manter a paz com eles?
Jacó serve Labão por 14 anos,
pelas suas duas esposas,
e trabalha para Labão mais seis anos,
para ter o seu próprio rebanho.
Finalmente, sob a orientação de Jeová,
ele junta a família e os seus animais,
e sem dizer nada a Labão,
parte de volta para casa.
Quando Labão sabe disso,
fica furioso.
Ele vai atrás de Jacó e encontra-o.
É uma situação muito perigosa,
que facilmente se pode tornar violenta.
Tentem visualizar a cena.
Jacó tinha chegado
a uma região montanhosa.
Possivelmente, é de manhã e está fresco.
Ouvem-se os sons
e sentem-se os cheiros de muitos animais,
ovelhas, jumentos e camelos.
Os servos cuidam deles
e preparam-nos para a viagem.
Mas, então, ouvem-se gritos. 
Labão chegou e ele não veio sozinho.
Ele traz consigo homens fortes
e eles vêm a uma grande velocidade,
montados em camelos!
Esta não é uma visita amigável.
Esses homens estão prontos
para obedecer às ordens de Labão.
Os servos de Jacó
juntam-se rapidamente.
Toda a gente está a olhar
para Labão e Jacó, que discutem.
Na noite anterior, Jeová
tinha avisado Labão num sonho
para ter cuidado
com o que ia dizer a Jacó.
Ainda assim,
Labão está zangado e é agressivo.
Labão faz duas acusações.
Primeiro, ele diz:
“Porque é que usaste
de astúcia para comigo 
e levaste as minhas filhas como se fossem
cativas tomadas pela espada?
Porque é que fugiste secretamente,
usando de astúcia para comigo
e não me avisaste?”
A resposta é muito clara.
Jacó responde:
“Parti secretamente,
porque fiquei com medo,
pois pensei que me poderia
tirar as suas filhas à força.”
Labão também acusa Jacó de lhe ter
roubado os seus deuses domésticos.
Na verdade,
Raquel tinha roubado esses deuses,
mas Jacó não sabia nada sobre isso.
Labão procura os ídolos,
mas não os consegue encontrar.
Jacó explica a sua situação a Labão.
Vamos continuar a ler
em Génesis, capítulo 31, versículo 36.
“Com isso, Jacó ficou zangado
e começou a criticar Labão.
Jacó disse então a Labão:
'Qual foi o meu crime e que pecado cometi
para o senhor me perseguir furiosamente?
Agora que vasculhou todos os meus bens,
o que é que encontrou
que pertença à sua casa?
Ponha-o aqui à frente
dos meus irmãos e dos seus irmãos,
e que eles decidam entre nós os dois.
Nestes 20 anos que estive consigo,
as suas ovelhas e as suas cabras
nunca abortaram
e eu nunca comi os carneiros
do seu rebanho.
Não lhe trouxe
nenhum animal dilacerado por feras.
Eu é que assumia esse prejuízo.
Caso um animal fosse roubado de dia,
ou caso fosse roubado de noite,
o senhor cobrava-me uma compensação.
De dia, eu era consumido pelo calor,
e, de noite, pelo frio;
e o sono fugia-me dos olhos.
Há 20 anos que estou na sua casa.
Servi-o 14 anos pelas suas duas filhas
e seis anos pelo seu rebanho,
e o senhor mudou o meu salário
dez vezes.
Se o Deus do meu pai, o Deus de Abraão 
e Aquele a quem Isaque teme
não tivesse estado do meu lado,
o senhor ter-me-ia mandado embora
de mãos vazias.
Deus viu a minha aflição
e o trabalho árduo das minhas mãos,
e foi por isso que o repreendeu
ontem à noite.'
Então, Labão respondeu a Jacó:
'Estas são as minhas filhas,
estes são os meus netos,
este é o meu rebanho, e tudo o que vês
é meu e das minhas filhas.
O que é que posso fazer hoje contra elas
ou contra os filhos que elas deram à luz?
Agora vem, façamos um pacto, eu e tu,
e o pacto servirá de testemunho entre nós.'
Assim, Jacó pegou numa pedra
e colocou-a em pé como uma coluna.
Jacó disse então aos seus irmãos:
'Apanhem pedras!'
E eles apanharam pedras e amontoaram-nas.
Depois, comeram ali
sobre o monte de pedras.
Labão chamou-lhe Jegar-Saaduta,
mas Jacó chamou-lhe Galeede.
Então, Labão disse:
'Hoje, este monte de pedras
é testemunha entre mim e ti.'
Foi por isso que lhe chamou Galeede
e Torre de Vigia, pois disse:
'Que Jeová vigie entre mim e ti, 
quando estivermos longe da vista um do outro.
Se maltratares as minhas filhas
e começares a tomar esposas além das minhas filhas,
mesmo que não haja ninguém que o veja,
lembra-te de que Deus
será testemunha entre mim e ti.'
Labão ainda disse a Jacó:
'Aqui está o monte de pedras
e aqui está a coluna
que erigi entre mim e ti.
Este monte de pedras é testemunha,
e a coluna é algo que dá testemunho,
de que eu não passarei
deste monte de pedras para te prejudicar 
e de que tu não passarás deste monte de pedras
e desta coluna para me prejudicares.
Que o Deus de Abraão e o Deus de Naor,
o Deus do pai deles, julgue entre nós.'
E Jacó jurou por Aquele
a quem o seu pai Isaque temia.
Depois disso, Jacó ofereceu
um sacrifício na montanha
e convidou os seus irmãos para comer pão.
Por conseguinte, comeram
e passaram a noite na montanha.
Labão, no entanto,
levantou-se de manhã cedo
e beijou os seus netos e as suas filhas,
e abençoou-os.
Depois, Labão partiu e voltou para casa.”
Jacó tinha servido Labão
fielmente durante 20 anos,
apesar de Labão o ter enganado e explorado.
Labão não reconhece isso,
mas, pelo contrário,
diz de forma desonesta que ele
é o dono de tudo aquilo que Jacó tem.
Labão depois sugere
que eles façam um pacto de paz,
onde concordam
não se prejudicarem um ao outro.
Labão não faz esta sugestão
por ser um homem pacífico.
Ele pode ter feito isso para garantir que Jacó
não regressa com os deuses domésticos
depois da morte de Labão,
para tirar a herança aos filhos de Labão.
De qualquer forma, Jacó concorda.
Todos ficam mais calmos.
Não vai haver violência.
E erigem um monumento
para se lembrarem desse pacto.
Apesar de ter sofrido durante muitos anos,
Jacó concorda com o pacto de paz.
Ele não guarda ressentimento,
nem procura vingar-se.
Jacó ficou com menos um problema na sua vida.
Mas agora surge outro problema.
Jacó envia mensageiros ao seu irmão.
Eles dizem a Esaú que Jacó está de volta
e que quer ter uma boa relação com ele.
Os mensageiros regressam,
e dizem a Jacó que Esaú vem ao seu encontro,
com 400 homens.
'E agora? Será que Esaú ainda está zangado?' 
Como é óbvio, Jacó está preocupado.
Ele não quer ter de lutar com o seu irmão.
Vamos ver como é que ele lida com a situação.
Por favor, abram a Bíblia
em Génesis, capítulo 32, versículo 13.
"Ele passou ali a noite. Então, daquilo que tinha,
separou um presente para Esaú, seu irmão:
200 cabras, 20 bodes, 200 ovelhas, 20 carneiros, 
30 camelas que amamentavam e as suas crias,
40 vacas, 10 touros, 20 jumentas e 10 jumentos.
Entregou-os aos seus servos,
um rebanho após outro, e disse-lhes:
'Passem à minha frente,
e devem deixar um espaço
entre um rebanho e outro.'
Ele também ordenou ao primeiro servo:
'Caso Esaú, meu irmão, te encontre e pergunte:
"A quem pertences, para onde vais
e a quem pertencem estes animais à tua frente?",
deves dizer: "Ao seu servo Jacó. 
São um presente que ele envia
ao meu senhor Esaú, 
e ele mesmo também vem atrás de nós!"'
Ordenou também ao segundo,
ao terceiro
e a todos os que acompanhavam os rebanhos:
'Quando encontrarem Esaú,
devem dizer-lhe estas palavras.
Também devem dizer:
"O seu servo Jacó vem atrás de nós."'
Pois dizia para consigo:
'Se eu o acalmar,
mandando um presente à minha frente,
talvez ele me receba bem
quando o encontrar depois.'"
Jacó quer manter a paz com o seu irmão.
Para conseguir isso,
ele manda-lhe um presente muito generoso,
centenas de animais.
Será que isso quer dizer que Jacó era fraco?
Que era um cobarde? 
Nem pensar!
Antes de ele se encontrar
com o seu irmão, Esaú, 
Jacó luta com um anjo até de madrugada
para receber mais garantias da bênção de Jeová.
Vamos ver o que acontece
quando os dois irmãos se encontram.
Por favor, abram em
Génesis 33, versículo 1. 
"Jacó levantou os olhos e viu Esaú a chegar,
e com ele havia 400 homens.
Assim, repartiu os filhos
entre Lia, Raquel e as duas servas.
Pôs as servas e os seus filhos à frente, 
Lia e os seus filhos depois deles,
e Raquel e José por último.
Então, passou à frente deles
e curvou-se por terra sete vezes,
ao aproximar-se do seu irmão.
Mas Esaú correu ao seu encontro,
e abraçou-o e beijou-o,
e eles irromperam em lágrimas.
Quando Esaú levantou os olhos
e viu as mulheres e os filhos, disse:
'Quem são estes contigo?'
Jacó respondeu: 'Os filhos com os quais
Deus favoreceu o seu servo.'
Aproximaram-se então as servas
com os seus filhos e curvaram-se, 
e Lia e os seus filhos
também se aproximaram, e curvaram-se.
Depois, José e Raquel
aproximaram-se e curvaram-se.
Esaú perguntou:
'Qual é a tua intenção ao enviares-me
todo este acampamento de viajantes?'
Ele respondeu:
'Achar favor aos olhos do meu senhor.'
Esaú disse então:
'Tenho muitos bens, meu irmão.
Fica com que é teu.'
No entanto, Jacó disse: 'Não, por favor.
Se achei favor aos seus olhos,
aceite o presente da minha mão, 
pois trouxe-o para poder ver o seu rosto.
E vi o seu rosto como se visse a face de Deus,
visto que me recebeu com prazer.
Por favor, aceite o presente que lhe foi trazido, 
pois Deus favoreceu-me
e eu tenho tudo o que é necessário.'
E continuou a insistir com ele,
até que ele aceitou."
Que final feliz!
Em vez de um confronto violento,
dá-se um encontro alegre.
Os dois homens choram e abraçam-se.
Mais uma vez, Jacó mostra que ama a paz.
Como é que ele fez isso?
Ele orou e agiu
em harmonia com as suas orações.
Ele enviou presentes
e demonstrou honra e respeito pelo seu irmão,
por lhe chamar senhor
e por se curvar sete vezes.
Qual é a lição?
Não concordam que este relato ilustra bem
o que devemos estar dispostos a fazer,
para manter a paz
com os nossos irmãos e irmãs?
Nós aprendemos muito
sobre procurar a paz, com Jacó.
Quando foi ameaçado pelo seu irmão,
ele mudou-se para longe.
Quando foi enganado por Labão,
em relação a Raquel e Lia,
ele cedeu.
Quando foi perseguido e acusado por Labão,
Jacó concordou em fazer um pacto de paz.
E quando se encontrou com Esaú,
ofereceu-lhe um presente.
Lembrem-se que em nenhuma destas situações
era Jacó quem tinha de pedir desculpa.
Mas, ao longo da sua vida, Jacó amou a paz.
Ele confiou em Jeová
e Jeová abençoou-o.
Jeová nunca se esqueceu de Jacó,
e de como ele sempre procurou
manter a paz com os outros.
Quando fazemos o mesmo,
quando nós procuramos a paz,
ao enfrentar injustiça,
ao enfrentar perseguição,
em pequenos assuntos,
assim como em grandes,
Jeová também nunca se esquecerá de nós.
Jeová vai abençoar-nos ricamente,
se amarmos a paz,
assim como Jacó amou a paz.

Jacó – Um Homem Que Amava a Paz
- 

Jacó – Um Homem Que Amava a Paz

Já alguma vez foi vítima
de opressão ou injustiça?
Já se sentiu zangado
por causa daquilo que alguém disse ou fez? 
Todos já passámos por isso.
Em situações assim, 
as pessoas que não conhecem a Jeová,
normalmente,
não reagem de uma forma pacífica. 
Elas tentam vingar-se
e magoar a pessoa que lhes fez mal.
Mas nós sabemos que Jeová
vê tudo o que acontece
e ele pode resolver os assuntos.
É bom lembrarmo-nos
das palavras de Jesus: 
"Felizes os de temperamento brando, [...]
felizes os pacificadores."
A Bíblia descreve um homem 
que se manteve calmo e pacífico,
quando enfrentou situações
muito difíceis e stressantes. 
Vez após vez, ele escolheu não lutar.
Ele esforçou-se muito para manter a paz.
Esse homem era Jacó.  
Jacó aprendeu a ser pacífico
com o exemplo do pai, Isaque. 
Havia fome onde eles viviam.  
Por isso, Isaque mudou-se
com a sua família para Gerar,
que era governada 
por Abimeleque, rei dos filisteus.
Vamos ler sobre os problemas que surgiram
e ver como Isaque lidou com isso.
Abram a Bíblia
em Génesis, capítulo 26, versículo 12. 
“E Isaque começou a semear naquela terra,
e, naquele ano, 
colheu cem vezes o que tinha semeado,
pois Jeová o abençoava.
O homem ficou rico, e continuou a prosperar
até que se tornou muito rico.
Ele adquiriu rebanhos de ovelhas
e manadas de bois 
e um grande grupo de servos,
e os filisteus começaram a invejá-lo. 
Assim, os filisteus taparam com terra
todos os poços que os servos de Abraão,
seu pai, tinham cavado nos seus dias.
Então, Abimeleque disse a Isaque: 
'Muda-te da nossa vizinhança,
pois ficaste muito mais forte do que nós.'
Portanto, Isaque mudou-se dali
e acampou no vale de Gerar, 
onde passou a morar. 
Isaque cavou novamente os poços
que tinham sido cavados 
nos dias de Abraão, seu pai, 
mas que os filisteus tinham tapado
depois da morte de Abraão,
e deu-lhes os nomes
que o seu pai lhes tinha dado.
Quando os servos de Isaque
estavam a cavar no vale, 
encontraram um poço
em que havia uma nascente de água. 
E os pastores de Gerar começaram
a discutir com os pastores de Isaque, dizendo:
'A água é nossa!'
Assim, Isaque deu ao poço o nome de Eseque,
porque tinham discutido com Isaque. 
E começaram a cavar outro poço, 
e também começaram a discutir
por causa deste. 
Então deu-lhe o nome de Sitna. 
Mais tarde, mudou-se dali
e cavou outro poço, 
mas eles não discutiram por causa dele.
Por isso, deu-lhe o nome de Reobote,
e disse: 
'É porque, agora, Jeová deu-nos
espaço amplo e fez-nos numerosos nesta terra.'
Dali subiu então para Berseba.
Naquela noite, Jeová apareceu-lhe e disse: 
‘Eu sou o Deus de Abraão, teu pai.
Não tenhas medo, pois estou contigo, 
e vou abençoar-te
e multiplicar a tua descendência
por causa de Abraão, meu servo.’”
Os filisteus, cheios de inveja, 
tapam todos os poços que Abraão tinha cavado. 
E o rei pede a Isaque
para sair da vizinhança. 
Isaque tem de tomar uma decisão. 
Alguns talvez o encorajem a ficar.
É possível que até lhe tenham dito algo
deste género: ‘Não fizeste nada de mal, Isaque!
Jeová disse-te que tu e a tua descendência
iriam herdar esta terra.
Por isso, não tenhas medo. 
Tu tens muitos servos
que são muito mais fortes do que os filisteus. 
Porque é que tu não te vingas das pessoas
que fizeram isto aos teus poços?’ 
Se estivesse nesta situação,
o que é que você teria feito? 
Isaque escolhe ser pacífico.
Ele decide seguir em frente. 
Isso não é nada fácil.
Ele tem muitos servos, 
e rebanhos de ovelhas e manadas de bois. 
Ele cultivou o solo e plantou sementes,
e foi muito bem sucedido. 
Mas, agora, deixa tudo para trás
e vai em frente.
Mas os problemas de Isaque continuam. 
No novo local, os servos dele cavam poços 
e encontram água fresca.
Mas os pastores daquela zona dizem:
“A água é nossa!”
Então, Isaque cava outro poço, 
mas os pastores locais
discutem outra vez com ele. 
Mais uma vez,
em vez de discutir sobre o assunto, 
Isaque sai dali e, finalmente,
encontra um lugar onde pode morar em paz.
Jacó viu que a forma pacífica
de o seu pai agir teve um bom resultado. 
E ele sabia que Isaque
tinha sido abençoado por Jeová.
Qual é a lição? 
Pais, nunca subestimem
o poder que o vosso bom exemplo 
pode ter sobre os vossos filhos.
Faz toda a diferença.
Jacó tem um irmão gémeo, Esaú.
Dos dois, Esaú nasce primeiro. 
Mas Jeová prediz que,
ao contrário do habitual,
o irmão mais velho, Esaú,
vai servir o mais novo. 
Jeová consegue ver o tipo de personalidade
que eles vão desenvolver.
E Ele sabe que Esaú vai ter
pouco apreço por assuntos espirituais. 
Isso torna-se evidente quando
Esaú troca o seu direito de primogénito
por um mero guisado de lentilhas
e sela o assunto com um juramento.
Mas há algo mais envolvido. 
Ao vender esse direito, 
ele também abdica do direito
de receber uma bênção profética do seu pai.
Passam-se vários anos. 
Isaque envelheceu
e decide que é altura
de dar a sua bênção ao primogénito.
Ele talvez não saiba que Esaú
vendeu o seu direito de primogénito.
De qualquer maneira,
ele diz a Esaú que o vai abençoar.
Mas primeiro, 
pede-lhe que vá caçar um animal 
e lhe prepare
um prato delicioso para ele comer.
A mãe dos gémeos, Rebeca,
ouve a conversa 
e convence Jacó a fingir
que é o seu irmão gémeo, 
enquanto Esaú vai à caça.
O plano é bem sucedido. 
Sem saber, Isaque abençoa Jacó.
Quando Esaú sabe disso, fica furioso.
Vamos continuar a leitura
em Génesis, capítulo 27, versículo 41.
“No entanto, Esaú guardou rancor de Jacó,
por causa da bênção que o seu pai lhe dera, 
e Esaú dizia no íntimo:
'Os dias de luto pelo meu pai estão a chegar.
Depois disso, vou matar o meu irmão Jacó.'
Quando Rebeca foi informada das palavras
de Esaú, o seu filho mais velho,
imediatamente mandou chamar Jacó,
o seu filho mais novo, 
e disse-lhe:
'Olha, o teu irmão Esaú
está a planear matar-te para se vingar.
Então, meu filho, faz o que te digo: 
foge depressa para a casa de Labão,
meu irmão, em Harã. 
Mora com ele por um tempo,
até que se acalme o furor do teu irmão, 
até que diminua a raiva
que o teu irmão tem de ti 
e esqueça o que tu lhe fizeste.
Então mandarei um aviso para que voltes. 
Porque é que vos haveria de perder
aos dois num só dia?'
Depois, Rebeca dizia a Isaque: 
'Odeio a minha vida
por causa das filhas de Hete. 
Se Jacó tomar uma esposa
dentre as filhas de Hete,
como as filhas desta terra,
de que me adianta viver?'
Então, Isaque chamou Jacó
e abençoou-o, e ordenou-lhe: 
'Não tomes uma esposa
dentre as filhas de Canaã. 
Vai para Padã-Arã,
à casa de Betuel, pai da tua mãe,
e toma de lá como esposa
uma das filhas de Labão, irmão da tua mãe.
O Deus Todo-Poderoso
irá abençoar-te, dar-te filhos e multiplicar-te, 
e certamente te tornarás
uma congregação de povos. 
E ele irá dar-te a bênção de Abraão,
a ti e à tua descendência, 
para que tomes posse da terra
em que tens vivido como estrangeiro, 
a terra que Deus deu a Abraão.'
Assim, Isaque mandou Jacó embora,
e este partiu para Padã-Arã, 
para ir ter com Labão,
filho de Betuel, o arameu, 
e irmão de Rebeca,
mãe de Jacó e de Esaú.”
Os pais de Jacó
dizem-lhe para ir ter com o seu tio Labão 
para procurar uma esposa.
É claro que a razão principal
é o problema com Esaú.
Conforme se lembram,
Isaque tinha um problema com os filisteus. 
Um problema que aparentemente
não se conseguia resolver de forma pacífica.
Então, o que é que Isaque fez?  
Ele foi-se embora.
Agora, Jacó enfrenta uma situação parecida. 
O seu irmão está furioso com ele.
Por isso, Jacó vai-se embora. 
Ele tem de deixar a sua casa e a sua família, 
e tem de fazer uma longa viagem
para uma terra distante.
Jacó poderia ter-se recusado a sair dali. 
Ele tem o direito de primogénito. 
Ele podia ter argumentado
com os pais e dizer:
'Eu já não sou nenhuma criança.
Eu tenho 77 anos!'
Mas Jacó não faz isso. 
A Bíblia diz simplesmente: 
“Jacó obedeceu ao pai e à mãe, e partiu.” 
Qual é a lição? 
Quando enfrentamos uma situação,
que não se consegue resolver
de forma pacífica,
provavelmente, não precisamos
de fugir para uma terra distante.
No entanto, às vezes, 
a coisa mais sábia a fazer
é afastarmo-nos da situação. 
Provérbios, capítulo 17, versículo 14, diz:
“Começar uma briga
é como abrir uma comporta;
Retira-te antes de estourar a discussão.”
Enquanto Jacó está a caminho
da casa do seu tio, 
Jeová aparece a Jacó num sonho
e garante que o vai apoiar e proteger.
Mas isso não significa
que os problemas de Jacó acabaram.
Quando chega à casa do seu tio,
Jacó fica a viver com ele.
Com o tempo volta a surgir uma situação,
que mostra que Jacó
é um homem que ama a paz.
Vamos ler sobre isso
a partir de Génesis 29:16.
“Ora, Labão tinha duas filhas. 
O nome da mais velha era Lia
e o nome da mais nova era Raquel.
Mas os olhos de Lia não tinham brilho,
ao passo que Raquel se tinha tornado
uma mulher muito bonita e atraente. 
Jacó tinha-se apaixonado por Raquel,
de modo que disse: 
'Estou disposto a servi-lo sete anos
por Raquel, a sua filha mais nova.'
Então Labão disse:
'É melhor para mim dá-la a ti
do que dá-la a outro homem. 
Continua a morar comigo.'
E Jacó serviu sete anos por Raquel,
que, aos seus olhos, 
pareceram apenas alguns dias,
por causa do seu amor por ela.
Então, Jacó disse a Labão:
'Entregue-me a minha esposa, 
porque terminaram os meus dias,
para que eu tenha relações com ela.'
Em vista disso,
Labão reuniu todos os homens
daquele lugar e deu um banquete.
Mas, à noite,
ele pegou em Lia, a sua filha, 
e levou-a a Jacó,
para que tivesse relações com ela.
Labão deu também a sua serva Zilpa,
como serva, à sua filha Lia. 
De manhã, Jacó viu que era Lia! 
Assim, ele disse a Labão:
'O que é que me fez? 
Não foi por Raquel que o servi?
Porque é que me enganou?' 
Labão respondeu:
'Aqui não é costume
dar a mais nova antes da primogénita.
Celebra a semana desta mulher.
Depois receberás também a outra mulher
em troca de me servires mais sete anos.' 
Jacó assim fez
e celebrou a semana daquela mulher, 
e, depois, Labão
deu-lhe a sua filha Raquel como esposa.
Além disso, ele deu a sua serva Bila,
como serva, à sua filha Raquel.” 
Jacó tem razão para estar zangado.
Ele tinha combinado com Labão
trabalhar sete anos por Raquel. 
Ao fim dos sete anos,
é preparada uma festa de casamento.
Mas a mulher que levam a Jacó
tem a cara tapada com um véu,
e não é Raquel, mas Lia. 
Imaginem como Jacó
deve ter ficado chocado. 
Em vez de admitir que o enganou,
Labão dá uma desculpa. 
O que é que vem à mente de Jacó?
Será que ele pensa que tudo isto faz parte
do cumprimento da promessa de Jeová
de tornar os seus descendentes
como as partículas do pó da terra?
Não sabemos.  
Com o tempo, Lia e Jacó têm
seis filhos, incluindo Levi e Judá.
Eles tornaram-se cabeças das duas
tribos mais importantes de Israel.
É claro que Jacó não podia prever isto.
No entanto, Jacó, um homem pacífico, 
aceita Lia e concorda
com o pedido nada razoável de Labão:
trabalhar mais sete anos por Raquel.
Qual é a lição?
Sentimo-nos desapontados
quando outros não cumprem a sua palavra. 
Assim como Jacó,  
será que tentamos perdoá-los genuinamente
e procuramos manter a paz com eles?
Jacó serve Labão por 14 anos,
pelas suas duas esposas, 
e trabalha para Labão mais seis anos,
para ter o seu próprio rebanho.
Finalmente, sob a orientação de Jeová,
ele junta a família e os seus animais, 
e sem dizer nada a Labão,
parte de volta para casa.
Quando Labão sabe disso,
fica furioso.
Ele vai atrás de Jacó e encontra-o.
É uma situação muito perigosa,
que facilmente se pode tornar violenta.
Tentem visualizar a cena.
Jacó tinha chegado
a uma região montanhosa.
Possivelmente, é de manhã e está fresco.
Ouvem-se os sons
e sentem-se os cheiros de muitos animais, 
ovelhas, jumentos e camelos.
Os servos cuidam deles
e preparam-nos para a viagem.
Mas, então, ouvem-se gritos. 
Labão chegou e ele não veio sozinho.
Ele traz consigo homens fortes 
e eles vêm a uma grande velocidade,
montados em camelos!
Esta não é uma visita amigável. 
Esses homens estão prontos
para obedecer às ordens de Labão.
Os servos de Jacó
juntam-se rapidamente. 
Toda a gente está a olhar
para Labão e Jacó, que discutem.
Na noite anterior, Jeová
tinha avisado Labão num sonho
para ter cuidado
com o que ia dizer a Jacó.
Ainda assim,
Labão está zangado e é agressivo. 
Labão faz duas acusações.
Primeiro, ele diz: 
“Porque é que usaste
de astúcia para comigo 
e levaste as minhas filhas como se fossem
cativas tomadas pela espada?
Porque é que fugiste secretamente,
usando de astúcia para comigo
e não me avisaste?”
A resposta é muito clara. 
Jacó responde:
“Parti secretamente,
porque fiquei com medo,
pois pensei que me poderia
tirar as suas filhas à força.”
Labão também acusa Jacó de lhe ter
roubado os seus deuses domésticos.
Na verdade,
Raquel tinha roubado esses deuses,
mas Jacó não sabia nada sobre isso. 
Labão procura os ídolos,
mas não os consegue encontrar.
Jacó explica a sua situação a Labão.
Vamos continuar a ler
em Génesis, capítulo 31, versículo 36.
“Com isso, Jacó ficou zangado
e começou a criticar Labão.
Jacó disse então a Labão: 
'Qual foi o meu crime e que pecado cometi 
para o senhor me perseguir furiosamente?
Agora que vasculhou todos os meus bens, 
o que é que encontrou
que pertença à sua casa?
Ponha-o aqui à frente
dos meus irmãos e dos seus irmãos,
e que eles decidam entre nós os dois. 
Nestes 20 anos que estive consigo,
as suas ovelhas e as suas cabras
nunca abortaram 
e eu nunca comi os carneiros
do seu rebanho. 
Não lhe trouxe
nenhum animal dilacerado por feras. 
Eu é que assumia esse prejuízo. 
Caso um animal fosse roubado de dia,
ou caso fosse roubado de noite, 
o senhor cobrava-me uma compensação. 
De dia, eu era consumido pelo calor,
e, de noite, pelo frio; 
e o sono fugia-me dos olhos. 
Há 20 anos que estou na sua casa.
Servi-o 14 anos pelas suas duas filhas
e seis anos pelo seu rebanho,
e o senhor mudou o meu salário
dez vezes.
Se o Deus do meu pai, o Deus de Abraão 
e Aquele a quem Isaque teme
não tivesse estado do meu lado,
o senhor ter-me-ia mandado embora
de mãos vazias. 
Deus viu a minha aflição
e o trabalho árduo das minhas mãos, 
e foi por isso que o repreendeu
ontem à noite.'
Então, Labão respondeu a Jacó: 
'Estas são as minhas filhas,
estes são os meus netos, 
este é o meu rebanho, e tudo o que vês
é meu e das minhas filhas. 
O que é que posso fazer hoje contra elas
ou contra os filhos que elas deram à luz?
Agora vem, façamos um pacto, eu e tu,
e o pacto servirá de testemunho entre nós.'
Assim, Jacó pegou numa pedra
e colocou-a em pé como uma coluna.
Jacó disse então aos seus irmãos:
'Apanhem pedras!'
E eles apanharam pedras e amontoaram-nas.
Depois, comeram ali
sobre o monte de pedras. 
Labão chamou-lhe Jegar-Saaduta,
mas Jacó chamou-lhe Galeede. 
Então, Labão disse: 
'Hoje, este monte de pedras
é testemunha entre mim e ti.'
Foi por isso que lhe chamou Galeede
e Torre de Vigia, pois disse: 
'Que Jeová vigie entre mim e ti, 
quando estivermos longe da vista um do outro.
Se maltratares as minhas filhas 
e começares a tomar esposas além das minhas filhas,
mesmo que não haja ninguém que o veja,
lembra-te de que Deus
será testemunha entre mim e ti.'
Labão ainda disse a Jacó:
'Aqui está o monte de pedras 
e aqui está a coluna
que erigi entre mim e ti.
Este monte de pedras é testemunha,
e a coluna é algo que dá testemunho,
de que eu não passarei
deste monte de pedras para te prejudicar  
e de que tu não passarás deste monte de pedras
e desta coluna para me prejudicares. 
Que o Deus de Abraão e o Deus de Naor,
o Deus do pai deles, julgue entre nós.'
E Jacó jurou por Aquele
a quem o seu pai Isaque temia. 
Depois disso, Jacó ofereceu
um sacrifício na montanha 
e convidou os seus irmãos para comer pão. 
Por conseguinte, comeram
e passaram a noite na montanha.
Labão, no entanto,
levantou-se de manhã cedo
e beijou os seus netos e as suas filhas,
e abençoou-os. 
Depois, Labão partiu e voltou para casa.”
Jacó tinha servido Labão
fielmente durante 20 anos, 
apesar de Labão o ter enganado e explorado.
Labão não reconhece isso,
mas, pelo contrário,
diz de forma desonesta que ele
é o dono de tudo aquilo que Jacó tem. 
Labão depois sugere
que eles façam um pacto de paz, 
onde concordam
não se prejudicarem um ao outro.
Labão não faz esta sugestão
por ser um homem pacífico. 
Ele pode ter feito isso para garantir que Jacó 
não regressa com os deuses domésticos
depois da morte de Labão, 
para tirar a herança aos filhos de Labão.
De qualquer forma, Jacó concorda.
Todos ficam mais calmos. 
Não vai haver violência.
E erigem um monumento
para se lembrarem desse pacto.
Apesar de ter sofrido durante muitos anos,
Jacó concorda com o pacto de paz.
Ele não guarda ressentimento,
nem procura vingar-se.
Jacó ficou com menos um problema na sua vida. 
Mas agora surge outro problema.
Jacó envia mensageiros ao seu irmão.
Eles dizem a Esaú que Jacó está de volta
e que quer ter uma boa relação com ele.
Os mensageiros regressam, 
e dizem a Jacó que Esaú vem ao seu encontro,
com 400 homens.
'E agora? Será que Esaú ainda está zangado?'  
Como é óbvio, Jacó está preocupado.
Ele não quer ter de lutar com o seu irmão.
Vamos ver como é que ele lida com a situação. 
Por favor, abram a Bíblia
em Génesis, capítulo 32, versículo 13.
"Ele passou ali a noite. Então, daquilo que tinha,
separou um presente para Esaú, seu irmão:
200 cabras, 20 bodes, 200 ovelhas, 20 carneiros, 
30 camelas que amamentavam e as suas crias,
40 vacas, 10 touros, 20 jumentas e 10 jumentos. 
Entregou-os aos seus servos,
um rebanho após outro, e disse-lhes:
'Passem à minha frente, 
e devem deixar um espaço
entre um rebanho e outro.'
Ele também ordenou ao primeiro servo: 
'Caso Esaú, meu irmão, te encontre e pergunte: 
"A quem pertences, para onde vais
e a quem pertencem estes animais à tua frente?",
deves dizer: "Ao seu servo Jacó.  
São um presente que ele envia
ao meu senhor Esaú,  
e ele mesmo também vem atrás de nós!"'
Ordenou também ao segundo,
ao terceiro 
e a todos os que acompanhavam os rebanhos:
'Quando encontrarem Esaú,
devem dizer-lhe estas palavras. 
Também devem dizer:
"O seu servo Jacó vem atrás de nós."'
Pois dizia para consigo:
'Se eu o acalmar,
mandando um presente à minha frente,
talvez ele me receba bem
quando o encontrar depois.'"
Jacó quer manter a paz com o seu irmão.
Para conseguir isso,
ele manda-lhe um presente muito generoso, 
centenas de animais.
Será que isso quer dizer que Jacó era fraco?
Que era um cobarde?  
Nem pensar! 
Antes de ele se encontrar
com o seu irmão, Esaú,  
Jacó luta com um anjo até de madrugada
para receber mais garantias da bênção de Jeová.
Vamos ver o que acontece
quando os dois irmãos se encontram. 
Por favor, abram em
Génesis 33, versículo 1. 
"Jacó levantou os olhos e viu Esaú a chegar, 
e com ele havia 400 homens.
Assim, repartiu os filhos
entre Lia, Raquel e as duas servas.
Pôs as servas e os seus filhos à frente, 
Lia e os seus filhos depois deles,
e Raquel e José por último.
Então, passou à frente deles
e curvou-se por terra sete vezes, 
ao aproximar-se do seu irmão.
Mas Esaú correu ao seu encontro,
e abraçou-o e beijou-o, 
e eles irromperam em lágrimas.
Quando Esaú levantou os olhos
e viu as mulheres e os filhos, disse:
'Quem são estes contigo?'
Jacó respondeu: 'Os filhos com os quais
Deus favoreceu o seu servo.'
Aproximaram-se então as servas
com os seus filhos e curvaram-se, 
e Lia e os seus filhos
também se aproximaram, e curvaram-se.
Depois, José e Raquel
aproximaram-se e curvaram-se. 
Esaú perguntou: 
'Qual é a tua intenção ao enviares-me
todo este acampamento de viajantes?' 
Ele respondeu:
'Achar favor aos olhos do meu senhor.'
Esaú disse então: 
'Tenho muitos bens, meu irmão.
Fica com que é teu.'
No entanto, Jacó disse: 'Não, por favor. 
Se achei favor aos seus olhos,
aceite o presente da minha mão,  
pois trouxe-o para poder ver o seu rosto. 
E vi o seu rosto como se visse a face de Deus,
visto que me recebeu com prazer.
Por favor, aceite o presente que lhe foi trazido, 
pois Deus favoreceu-me
e eu tenho tudo o que é necessário.'
E continuou a insistir com ele,
até que ele aceitou."
Que final feliz!
Em vez de um confronto violento,
dá-se um encontro alegre.
Os dois homens choram e abraçam-se. 
Mais uma vez, Jacó mostra que ama a paz. 
Como é que ele fez isso? 
Ele orou e agiu
em harmonia com as suas orações.
Ele enviou presentes
e demonstrou honra e respeito pelo seu irmão,
por lhe chamar senhor
e por se curvar sete vezes.
Qual é a lição? 
Não concordam que este relato ilustra bem
o que devemos estar dispostos a fazer,
para manter a paz
com os nossos irmãos e irmãs?
Nós aprendemos muito
sobre procurar a paz, com Jacó. 
Quando foi ameaçado pelo seu irmão,
ele mudou-se para longe.
Quando foi enganado por Labão,
em relação a Raquel e Lia, 
ele cedeu. 
Quando foi perseguido e acusado por Labão, 
Jacó concordou em fazer um pacto de paz. 
E quando se encontrou com Esaú,
ofereceu-lhe um presente. 
Lembrem-se que em nenhuma destas situações
era Jacó quem tinha de pedir desculpa.
Mas, ao longo da sua vida, Jacó amou a paz. 
Ele confiou em Jeová
e Jeová abençoou-o.
Jeová nunca se esqueceu de Jacó,
e de como ele sempre procurou
manter a paz com os outros. 
Quando fazemos o mesmo,
quando nós procuramos a paz, 
ao enfrentar injustiça,
ao enfrentar perseguição, 
em pequenos assuntos,
assim como em grandes, 
Jeová também nunca se esquecerá de nós. 
Jeová vai abençoar-nos ricamente, 
se amarmos a paz,
assim como Jacó amou a paz.


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